19/10/09

O ESPIRITISMO FACE À BÍBLIA

Com seus 170 milhões de habitantes, mais de 70% declarando-se católicos-romanos, o Brasil é considerado demograficamente o maior país católico do mundo. Não obstante, entre os brasileiros, uma religião que cresce extraordinariamente é o espiritismo. Isto se dá tanto em sua forma refinada, chamada de Kardecismo (pautando os seus ensinos e práticas segundo os escritos de Allan Kardec, chamado de (“codificador do Espiritismo”), também conhecido como “alto espiritismo”, como em sua forma popular, ou “baixo espiritismo”, com elementos oriundos do espiritismo de Kardec, do animismo indígena e africano, e do próprio catolicismo-romano. É fato bem sabido ser comum que pessoas de formação católica frequentam as reuniões espíritas, tanto do chamado “alto” quanto do “baixo espiritismo”. Assim, aos domingos assistem à missa, e em outros dias da semana participam regularmente de sessões espíritas. Com isso, alguns chegam a alegar que o Brasil não é mais exactamente “o maior país católico do mundo”, vindo a ser talvez o maior país espírita do planeta!
Ocorre, nesse aspecto, um verdadeiro sincretismo religioso que atrai pessoas adeptas da própria religião principal, o catolicismo, quanto aqueles que se empolgam com as teorias kardecistas. É o caso da Umbanda, Quimbanda ou Candomblé, praticado nas mais diversas regiões do país, com participação tanto de pessoas humildes e sem cultura, quanto de figurões da política e das artes. Nessas religiões, os santos da Igreja Católica recebem nomes diferentes, e são identificados e cultuados como deuses da mitologia desses cultos.
Mas não é só no Brasil que esse fenómeno pode ser testemunhado. Nos Estados Unidos, as seitas e crenças exóticas, inspiradas em filosofias orientais que contêm muitos elementos do espiritismo clássico, vêm tendo crescente aceitação nestas últimas décadas. Os próprios jovens oriundos do movimento hippies adoptaram em massa as religiões da Índia, China e Japão, de onde procedem alguns dos alicerces do espiritismo moderno. Uma famosa ex-artista de Hollywood passou a escrever livros defendendo teses de reencarnação e comunicação com os mortos, popularizando ainda mais tal filosofia.
Num giro pela Europa em uns anos passados, observei publicidade em estações de rádio na Itália e França proclamando as virtudes de certos indivíduos dotados de capacidade supostamente sobrenatural, inclusive com acesso aos que morreram, para ajudar os que precisam de ajuda, obviamente mediante pagamento. . .
Os Princípios Básicos da Fé Espírita
Alegando não se tratar meramente de religião, mas ser três coisas—religião, filosofia e ciência—o espiritismo prega a caridade como básica para o aprimoramento do indivíduo em preparação para uma vida superior no além. Tendo por fundamento a ideia da reencarnação e, subjacente a ela, a da imortalidade da alma, os espíritas ensinam que o corpo não passaria de uma prisão material da verdadeira essência do indivíduo, sua alma, ou espírito. E segundo o admitido princípio da evolução, o homem vai superando gradativamente suas deficiências e purificando-se, através de muitas vidas sucessivas, em diferentes épocas e mesmo formas, até chegar à pureza absoluta. Nessa linha de pensamento, os que vivem agora em sofrimento é porque certamente foram maus na vida e estão sendo refinados para uma existência superior e mais feliz numa outra vida.
O espiritismo também promove a consulta aos que morreram, como não só uma possibilidade real, mas um privilégio a qualquer pessoa que consiga recorrer a seus médiuns, que seriam indivíduos superdotados com a capacidade de evocar os espíritos dos que se foram, atraindo-os mesmo à visão dos que os busquem.
Tendo elementos do cristianismo e de outras religiões antigas, os espíritas chegam a citar a Bíblia como base de tais ideias. Mas o Mestre Jesus é tido por um grande filósofo, como outros grandes fundadores de religiões e promotores de ideias revolucionárias—a exemplo de Buda, Maomé, Confúcio, etc.—e guru de superior intelecto e espiritualidade.
Quando Jesus se entrevista com o líder judaico Nicodemos e lhe diz—“importa-vos nascer de novo” (João 3:7), os espíritas não têm dúvida de que isto representa a reencarnação sendo admitida pelo Cristo. O problema nessa concepção é o costume de partir de ideias preconcebidas como premissa básica e buscar a comprovação para tais ideias em qualquer trecho que tenha a mais leve referência a elas, mesmo indirecta.
João 3:7 7 “Não te admires de eu te haver dito: Necessário vos é nascer de novo.”
Respeitando o Contexto
Alguém já disse que um texto fora do contexto não passa de um pretexto. Se o estudioso do assunto se der ao trabalho de examinar os ensinos de Cristo globalmente, em lugar de apanhar segmentos isolados que aparentemente lhe favoreçam a ideia, não encontrará harmonia de Seus ensinos com o que pregaram os mestres do passado a respeito da morte. Cristo fala em ressurreição, não reencarnação. A própria ideia de “novo nascimento” é tornada clara no verso 5 ao Jesus falar em “nascer da água”. Tendo por base um costume já existente entre os judeus de uma lavagem purificadora para indicar renovação espiritual, fica claro pelo contexto literário e histórico que a referência é ao baptismo, simbolizando a morte para a vida pecaminosa, e um renascer para nova vida segundo o Espírito de Deus. O apóstolo Paulo tornou isto bem claro em Romanos, capítulo 6.
João 3:5 5 “Jesus respondeu: Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.”
A evidência de que ressurreição não é o mesmo que reencarnação se acha nos relatos dos Evangelhos ao descreverem como Jesus miraculosamente trouxe de volta à vida pessoas que haviam exalado o último suspiro. Há o episódio da filha de Jairo, do filho da viúva de Naim, e, de modo destacado, a volta à vida de seu amigo Lázaro, que já estava sepultado há quatro dias e até “cheirava mal”, todos sobrenaturalmente trazidos de volta à vida por Jesus, com seus mesmos corpos (ver Lucas 8: 41-56; 7: 11-16; João, cap. 11). Portanto, por uma questão de coerência, uma vez que se recorra à Bíblia como documento comprobatório de uma tese, todo o seu contexto deve ser levado em conta para validar ou negar a ideia.
Lucas 8: 41-56 41 “E eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga; e prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-lhe que fosse a sua casa; 42 porque tinha uma filha única, de cerca de doze anos, que estava à morte. Enquanto, pois, ele ia, apertavam-no as multidões. 43 E certa mulher, que tinha uma hemorragia havia doze anos [e gastara com os médicos todos os seus haveres] e por ninguém pudera ser curada, 44 chegando-se por detrás, tocou-lhe a orla do manto, e imediatamente cessou a sua hemorragia. 45 Perguntou Jesus: Quem é que me tocou? Como todos negassem, disse-lhe Pedro: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem. 46 Mas disse Jesus: Alguém me tocou; pois percebi que de mim saiu poder. 47 Então, vendo a mulher que não passara despercebida, aproximou-se tremendo e, prostrando-se diante dele, declarou-lhe perante todo o povo a causa por que lhe havia tocado, e como fora imediatamente curada. 48 Disse-lhe ele: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz. 49 Enquanto ainda falava, veio alguém da casa do chefe da sinagoga dizendo: A tua filha já está morta; não incomodes mais o Mestre. 50 Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe: Não temas: crê somente, e será salva. 51 Tendo chegado à casa, a ninguém deixou entrar com ele, senão a Pedro, João, Tiago, e o pai e a mãe da menina. 52 E todos choravam e pranteavam; ele, porém, disse: Não choreis; ela não está morta, mas dorme. 53 E riam-se dele, sabendo que ela estava morta. 54 Então ele, tomando-lhe a mão, exclamou: Menina, levanta-te. 55 E o seu espírito voltou, e ela se levantou imediatamente; e Jesus mandou que lhe desse de comer. 56 E seus pais ficaram maravilhados; e ele mandou-lhes que a ninguém contassem o que havia sucedido.”
Lucas 7: 11-16 11 “Pouco depois seguiu ele viagem para uma cidade chamada Naim; e iam com ele seus discípulos e uma grande multidão. 12 Quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam para fora um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. 13 Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores. 14 Então, chegando-se, tocou no esquife e, quando pararam os que o levavam, disse: Moço, a ti te digo: Levanta-te. 15 O que estivera morto sentou-se e começou a falar. Então Jesus o entregou à sua mãe. 16 O medo se apoderou de todos, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo.”
Jesus citava repetidamente o Antigo Testamento, que era a Escritura vigente em Seu tempo. Reconhecia sua autoridade como livro histórico e como um manual de instrução da vida prática, e fonte de doutrina religiosa. No Antigo Testamento fala-se sobre a ressurreição, não reencarnação, havendo uma detalhada descrição da ressurreição em Ezequiel 37. É por demais claro que a ideia da imortalidade da alma não encontra apoio ali (ver Ecles. 9:5, 10; Sal. 146:3,4). Igualmente, a prática comum do espiritismo de consultar os mortos, muito difundida entre os povos antigos que circundavam Israel, é claramente condenada nas Escrituras (ver Êxodo 22:18 e Deuteronómio 18:11-14).
Ecles. 9:5, 10; 5 “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. 10 Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças; porque no Seol, para onde tu vais, não há obra, nem projecto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.”
Sal. 146:3,4 3 “Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio. 4 Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.”
Êxodo 22:18 18 “Não permitirás que viva uma feiticeira.”
Deuteronómio 18:11-14 11 “nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; 12 pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. 13 Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. 14 Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém, quanto a ti, o Senhor teu Deus não te permitiu tal coisa.”
O profeta Isaías, muitos séculos depois que as leis de Moisés foram proclamadas, exorta o povo de Israel a não contaminar-se com ritos religiosos dos povos pagãos que os rodeavam:(Isaías 8:19, 20).
(Isaías 8:19, 20). 19 “Se disserem: Consultai os encantadores e os adivinhos, que sussurram falando, responde: Não consultará o povo ao seu Deus? Consultará os mortos pelos vivos? 20 À lei e ao testemunho! Se eles não falarem conforme a esta palavras, é porque não têm iluminação”.

Evolução ou Salvação?
Uma das premissas fundamentais do espiritismo—no que se revelaria o seu aspecto de ciência—é a teoria da evolução das espécies. Sabe-se hoje que as posições evolucionistas, popularizadas a partir de Darwin no século XIX—têm sido cada vez mais disputadas. Não se tem podido demonstrar a existência de “elos perdidos” que comprovariam que o homem procede de formas inferiores, e os descobrimentos da Astronomia têm lançado dúvidas sobre as teorias da origem do universo.
Crer que o homem está sempre evoluindo por meio da reencarnação produz uma dúvida difícil de responder: Como se explica o aumento do crime, da corrupção, do divórcio, das intrigas políticas, do consumo de drogas, do suicídio e do desamor em geral, quando tudo isso contradiz a ideia de que a humanidade está evoluindo moral e espiritualmente há séculos e milénios?
Finalmente, a ideia de praticar obras para ganhar a aceitação de Deus e merecer uma vida superior choca-se claramente com o fundamento da mensagem bíblica e cristã. Contrariamente a essa doutrina própria de religiões não-cristãs, as Escrituras ensinam que a salvação do pecador deriva, não de seus próprios actos meritórios, mas da morte de Jesus, que foi perfeito e obedeceu plenamente a toda a lei divina, tomando o lugar dos seres humanos falíveis. (Efésios 2:8-10). Todas as nossas obras estão maculadas pelo pecado, e somente graças à intercessão dAquele que foi feito pecado por nós (Romanos 5:6-12) é que lograremos o perdão e aceitação do Pai, não para continuar tendo existências experimentais e refinadoras sobre esta Terra de sofrimento e dor, mas para viver eternamente na companhia de Deus e de Seus anjos. (João 14:1-3, Apoc. 22:3-5).
Efésios 2:8-10 8 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus; 9 não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10 Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus antes preparou para que andássemos nelas.”
Romanos 5:6-12 6 “Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Porque dificilmente haverá quem morra por um justo; pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse morrer. 8 Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. 9 Logo muito mais, sendo agora justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. 11 E não somente isso, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora temos recebido a reconciliação. 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.”
João 14:1-3 1 “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. 3 E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.”
Apoc. 22:3-5 3 “Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão, 4 e verão a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome. 5 E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os alumiará; e reinarão pelos séculos dos séculos.”
É indiscutível que a Bíblia nos oferece a alternativa verdadeira e, por conseguinte, a melhor. Estudemo-la, pois, e sigamos os seus ensinos.

SERÁ QUE OS ASTROS DIRIGEM A NOSSA VIDA

Um ex-assessor presidencial norte-americano causou sensação há alguns anos, ao revelar atitudes que a esposa de um ex-presidente ao qual servia tomava e com que influenciava o marido: ela dependia das posições de astros e planetas no cosmos para tomar decisões importantes, e queria que o marido lhe seguisse o exemplo em seu trabalho como líder nacional. Segundo informou o ex-assessor presidencial, a inspiradora da primeira-dama era uma conhecida astróloga cujas previsões astrológicas ela seguia à risca e que lhe servia de conselheira, orientando-a à luz do que indicavam os astros.

Nas penúltimas eleições presidenciais brasileiras, uma famosa astróloga previu que certo candidato seria vitorioso, e divulgou suas previsões com toda certeza. Embora as pesquisas de opinião indicassem que o candidato tinha poucas possibilidades de ser o preferido dos eleitores, ela insistia em que antes das eleições “um fato novo” viria a se passar que o poria disparado à frente dos concorrentes. E houve deveras um tal “fato novo”, o que deu a ela maior convicção de sua previsão, baseada no mapa astrológico daquele candidato em comparação com os dos demais. No entanto, embora os astros, na sua opinião, preferissem o tal aspirante presidencial, o que pesou realmente foi o número de votos acumulados por aquele que por fim se saiu vitorioso. E o “favorecido” pelos astros terminou amargando um longínquo sexto lugar.
Tais episódios servem para demonstrar o elevado status que a astrologia alcançou nestes últimos anos e seu potencial de até mesmo influenciar os rumos de um governo, a partir de quando passou a servir como directriz para a vida de nobres babilónicos dois milénios antes da Era Cristã.
Lembra um estudioso do assunto que na Índia alguns governantes buscaram na astrologia directrizes para conduzir os negócios nacionais, e nem por isso a situação daquele país revelou-se menos problemática. Com crises políticas sucessivas, disputas étnicas e uma economia em bancarrota, o misticismo dos indianos, de onde procedem muitas das ideias de modernos esotéricos, não parece contribuir para a superação das dificuldades que a nação vem atravessando ao longo de sua história. Tal realidade nos lembraria também o Haiti.
A Popularização dos Horóscopos
Desde que começaram a surgir nos jornais britânicos na década de 30, revistas e diários por todo o mundo publicam colunas de horóscopos que atraem a atenção de muitas pessoas e rendem um bom dinheiro para os que se beneficiam com essa difundida credulidade. Não são poucos os que levam realmente a sério tais previsões, e não tomam nenhuma decisão, no campo sentimental, comercial, profissional, sem conferirem “o que dizem os astros” para aquele dia. Tais pessoas certamente não se dão ao trabalho de examinar os diferentes horóscopos oferecidos por publicações variadas, pois perceberiam muitas incoerências. Não é para menos—as previsões dos astros “que não mentem” dependem do redactor de cada horóscopo.
Enquanto fazia meu curso de jornalismo, um colega contava que no jornal em que trabalhava havia um colaborador regular de horóscopos que certo dia falhou em levar a sua matéria antes do tempo de fechamento do periódico. Para não deixarem de atender ao grande público que religiosamente consultaria o seu horóscopo na manhã seguinte, ele tomou a iniciativa de criar o texto de previsões astrológicas para substituir o do astrólogo regular. Assim, pediu aos colegas de redacção opiniões sobre o que poderia conter cada signo. Com as várias sugestões colectadas—por exemplo, “coloque aí que o dia será favorável aos aquarianos para fazer novas amizades, mas que devem cuidar com a saúde. . .”—pôde preencher o espaço sem que os leitores percebessem o “amadorismo” dos que compuseram o seu horóscopo. Aliás, uma das características dos horóscopos é a maneira genérica, vaga e mesmo ambígua em que as previsões são emitidas. Em vários lugares há profissionais que se dedicam a preparar mapas astrológicos, até mesmo com o auxílio de computadores, para, supostamente, orientar as pessoas “sobre os melhores períodos, alertando-as para os piores. É como se fosse um mapa de previsões e alertas para um ano”, explica Neide Sampaio, que mantém um escritório de astrologia em Belo Horizonte. Segundo a astrologia, cada planeta representa uma força a influenciar os indivíduos de algum modo. Nessa crença, os astrólogos indicam, por exemplo, datas apropriadas para a abertura de lojas, como no caso das boutiques quando, “é bom saber a posição de Vénus, ligado à estética e à beleza”, segundo a alegação de um adepto da consulta aos astros. Do mesmo modo, “se o seu negócio é comida, fique de olho na Lua”. Supostamente, a posição tanto do planeta quanto do satélite no dia da inauguração poderia levar o negócio da boutique ao sucesso ou ao fracasso.
Ciência ou Mito?
Mas que evidência científica existe para indicar que Vénus tem influência sobre questões de estética e beleza? Seria tão-somente a mitologia, e suas incríveis histórias dos deuses do Olimpo, de tantas intrigas e fraquezas nada divinas?
O planeta Vénus tem tal nome atribuído por astrónomos do passado em homenagem à deusa da beleza entre os romanos, que se identificava com a Afrodite dos gregos. Casada com Vulcano, Vénus teve “um caso” com Marte, o deus-guerreiro que inspirou o nome de outro planeta de cor avermelhada (daí sugerindo guerra). Mas tudo isso, como o próprio nome diz, não passa de Mitologia.
Não seriam muitas das concepções da moderna astrologia meros mitos? Aliás, o astrólogo Renato Quintino chega a admitir isso candidamente ao explicar que “os planetas têm o mesmo nome dos deuses gregos e não é por acaso. Portanto, é fundamental que o astrólogo conheça a Mitologia. Só assim ele saberá, por exemplo, que Plutão, que é o deus dos infernos, rege, na Astrologia, os infernos interiores dos homens” (“Tudo [ou quase tudo] que você precisa saber sobre Astrologia”, O Estado de Minas, 25/8/91, p. 6).
Qualquer estudante do nível elementar sabe que a Terra e os demais planetas giram em torno do Sol, dentro da concepção heliocêntrica. Os astrólogos, porém, ainda vivem a cultura dos astrónomos de milénios atrás, quando prevalecia o conceito geocêntrico—de que a Terra fica ao centro, girando em torno dela o Sol, a Lua e as estrelas. Ademais, os cinco planetas conhecidos pelos babilónios (Mercúrio, Marte, Vénus, Júpiter e Saturno, com o Sol e a Lua acrescentados para formar o “mágico” número sete), passaram a nove, incluída a própria Terra, pela descoberta posterior de Neptuno e Plutão.
Contradições e Perigos
Sabe-se que os factores a influenciar o comportamento, ou mesmo o futuro de alguém, dependem de aspectos de formação moral, educacional, e mesmo físicos. Como argumenta Isaltino G. Coelho Filho, em artigo sobre o assunto, uma criança “filha de pais pobres, sem alimentação adequada, com gestação tumultuada, nascida em um país miserável e em guerra, terá o mesmo temperamento, o mesmo carácter e o mesmo destino de uma criança filha de pais ricos, bem alimentada, que teve gestação tranquilo, nascida em uma mansão, só porque ambas nasceram em 10 de Fevereiro?” (“Qual é o Seu Signo?”–Mulher Cristã Hoje, Agosto de 1991, p. 9). O mesmo autor lembra o caso dos gémeos, nascidos no mesmo dia, sob o mesmo signo e supostas influências planetárias, que revelam temperamentos diferentes. “Tendo a mesma data e a mesma hora de nascimento, além dos mesmos antecedentes, deveriam ter temperamentos e destinos idênticos. Mas isso não sucede”. (Ibid.) E recorda o exemplo bíblico dos gémeos Esaú e Jacó para confirmá-lo.
A Astronomia também indica que os céus não se mantêm constantes desde o período em que os magos de Babilónia perscrutavam o espaço sideral e especulavam quanto às “vibrações” que os diferentes astros emitiam sobre a vida das pessoas. Assim, os seus mapas de astros e estrelas hoje estão inteiramente desactualizados. Como explica o astrofísico Hubert Reeves, “Tendo nascido em 13 de Julho, os astrólogos me dizem que sou de Câncer. O que deveria significar que o Sol, no meu nascimento, se encontrava na constelação de Câncer. Isso era verdade há dois mil anos, mas no dia do meu nascimento, o Sol estava em Gémeos”. (O Estado de S. Paulo, 9/02/86, citado por Isaltino G. Coelho Filho, Ibid). Portanto, alguém que fosse sagitário ao tempo dos sábios de Babilónia hoje seria Capricórnio! Mas os astrólogos não levam em conta essa “decalagem” cósmica ao emitirem suas previsões.
Um psicólogo avaliou da seguinte maneira os perigos que a astrologia representa na formação de uma pessoa: “Podemos ver o perigo pelo aspecto dos sérios distúrbios psicológicos; o medo da vida, o desespero e o desequilíbrio mental são produzidos por ela em pessoas sensíveis. A astrologia paralisa a iniciativa e a capacidade para avaliar. Ela entorpece as faculdades mentais e encoraja a superficialidade”. (Citado por Axel Hart em “O Golpe das Estrelas”, Decisão, janeiro de 1990, pp. 25 e 26).
Para o cristão, não é o condicionamento cego da mecânica planetária que lhe determinará o rumo da existência. Sabe que Deus o criou com o livre arbítrio para decidir seu próprio destino e depositará confiança na Sua direção, seguindo a Sua palavra.
Parafraseando o salmista, diríamos, “Uns confiam em horóscopos, outros em cartomantes, mas nós faremos menção ao Senhor nosso Deus” (cf. Salmo 20:7).
NOTA: Após a publicação deste artigo, uma cientista britânica trouxe ao conhecimento da sociedade humana que os especuladores do Zodíaco teriam que fazer um ajuste essencial nos seus horóscopos, se quiserem dar um mínimo de feição científica a seus estudos, pois há um mais a ser acrescentado. Assim, em lugar de 12, seriam 13 signos. A reacção da comunidade astrológica e seus adeptos foi típica dos que, na intenção de guiar-se pelos astros, preferem “tapar o sol com a peneira”: simplesmente disseram que não alterariam o que têm sido crido e ensinado por milhares de anos. Alguém, entrevistado por uma jornalista da TV a respeito de ter de possivelmente alterar o seu signo diante do novo fato, expressou-se mais ou menos assim: “Pode até ser que realmente haja um signo a mais; contudo, continuarei a crer como sempre cri, pois do contrário teria que alterar muito o meu modo de pensar. . .”

PRONUNCIA BEM O NOME DIVINO? YHVH

Será um pecado não pronunciar devidamente os nomes do Todo-Poderoso e de Seu Filho? As possíveis origens pagãs dos nomes “Deus” e “Jesus” tornam a utilização de tais nomes inapropriada? Se sua Bíblia não traz os “nomes corretos”, deve trocá-la? Neste artigo em duas partes você terá respostas eruditas e precisas para estas indagações.
Autor: David B Loughran Stewarton Bible School, Stewarton, Escócia.
Julho 1998 ... Atualizado: Dezembro 1999 http://atschool.eduweb.co.uk/sbs777/vital/snames.html
Tradução: Adail Muniz Retamal (adailmr@uol.com.br)
Nomes Sagrados – Parte 1
YHVH / Jeová / SENHOR / Yahovah / Yahweh
EL SHADDAI (Deus Todo-poderoso) é o título do Todo-poderoso Pai de nosso Salvador Jesus Cristo. O tetragrama IHVH, traduzido como Jeová, ou SENHOR na Versão King James Autorizada, é variadamente escrito como Yahweh (Javé), ou Yahovah nos artigos da Escola Bíblica de Stewarton (EBS), na Escócia. Este nome é utilizado pelo Pai e algumas vezes pelo Filho, que veio no nome do Pai; assim como o meu nome ‘Loughran’ pode ser usado por mim mesmo e por meu filho Kurt. Nós, em Stewarton, usamos o nome Jeová, Yahweh (Javé) ou Yahovah em referência particular ao Pai. Várias ortografias em inglês são utilizadas simplesmente porque ninguém pode estar absolutamente certo sobre como pronunciar o nome sagrado.
O nome IHVH (Jeová) aparece mais de 6.500 vezes no Antigo Testamento hebraico!
* Na Versão King James Autorizada, IHVH é geralmente traduzido como SENHOR. Note as letras maiúsculas do início ao fim. Entretanto, nos sete textos seguintes o nome Jeová é usado:
* Gn 22:14: “E Abraão chamou o nome daquele lugar de Jeová-Jiré: como é dito até o dia de hoje, No monte do SENHOR se proverá.”
* Êx 6:2-3: “E Deus falou a Moisés, e disse-lhe: ‘Eu sou o SENHOR. Apareci a Abraão, e a Isaque, e a Jacó, pelo nome de Deus Todo-poderoso, mas por Meu nome JEOVÁ não fui conhecido a eles.’”
* Êx 17:15: “E Moisés edificou um altar, e chamou o seu nome de Jeová-Nissi...”
* Juízes 6:24: “Então Gideão edificou ali um altar ao SENHOR, e chamou-o Jeová-Shalom. Ainda até ao dia de hoje está o altar em Ofra, dos Abiezritas.”
* Sl 83:18: “Para que os homens saibam que Tu, cujo nome é JEOVÁ, és o Altíssimo sobre toda a terra.”
* Is 12:2: “Eis que Deus é a minha salvação; confiarei e não temerei, porque o SENHOR JEOVÁ é a minha força e o meu cântico; Ele também tornou-Se a minha salvação.”
* Is 26:4: “Confiai no SENHOR perpetuamente, porque no SENHOR JEOVÁ está a força eterna.”
O nome Jeová (Yahweh, Yahovah) engloba todos os acima. Mas o nome sagrado é muito mais do que um som particular ou uma questão de ortografia e pronúncia corretas. O nome Yahovah significa o caráter do Todo-Poderoso, Sua Palavra, Sua Lei, Seus Propósitos, Sua Obra e Sua Família. Atualmente existe muita disputa sobre o assunto dos nomes sagrados; mas não temos nenhum desejo de argumentar. Lembre-se que o Terceiro Mandamento proíbe a humanidade de tomar o nome do Senhor em vão. Infindáveis argumentos podem bem resultar na quebra deste mandamento.
Os judeus, por outro lado, consideram um sacrilégio até mesmo expressar o nome sagrado, aconselhando que usemos títulos tais como Senhor, Mestre do Mundo, O Todo-poderoso, O Nome, etc. Mas o Terceiro Mandamento não proíbe o uso do nome de Deus. Ele simplesmente proíbe ‘tomar Seu nome em vão’. Note a diferença. A palavra ‘vão’ significa ‘o vazio da vaidade e falsidade auto-enganadoras.’ Em outras palavras, aos crentes é permitido expressar ou escrever o nome sagrado do Altíssimo; mas devemos fazê-lo com reverência, e certamente não para demonstrar nosso conhecimento. Como mencionado acima, os nomes sagrados aparecem nas Escrituras Hebraicas (o Antigo Testamento) mais de 6.500 vezes! Assim, não pode ser um sacrilégio expressar o nome ao lermos as Escrituras em voz alta ou quando escrevemos sobre o Altíssimo. A Concordância de Strong tem a seguinte nota para o verbete “LORD” (SENHOR):
03068 Y@hovah IHVH AV – SENHOR 6510, DEUS 4, JEOVÁ 4, variant 1; 6519
Jeová = “o Eterno” 1) o nome próprio do único e verdadeiro Deus 1a) impronunciável, exceto com a pontuação vogal de 0136
Deus / El
O Dicionário de Oxford, verbete “God”, define a palavra Deus como o Criador e governante do universo no ensinamento cristão, judeu e muçulmano. E é isto o que nós, na EBS, queremos dizer quando usamos a palavra. Existem diversas palavras hebraicas traduzidas como ‘Deus’ na Bíblia. São elas:
* El: o Todo-Poderoso, Deus * Elah: um objeto de adoração, Deus * Elohim: um objeto de adoração, Deus * Eloah: um objeto de adoração, Deus
Senhor
Como mencionado anteriormente, o tetragrama IHVH é traduzido na Versão King James Autorizada como SENHOR (letras maiúsculas) em 6510 vezes das 6519 em que aparece nas Escrituras Hebraicas. Os estudantes notarão que o nome/título Senhor (‘S’ inicial maiúsculo e ‘enhor’ minúsculo) também aparece no Antigo Testamento. Esta palavra ‘Senhor’ também significa Deus. É traduzida do Hebraico Adonai que aparece 434 vezes no Antigo Testamento.
A Concordância de Strong tem a seguinte nota para o verbete “Lord” (Senhor):
0136 'Adonay AV – Senhor 431, senhor 2, Deus 1;434
1) meu senhor, senhor
1a) do homem
1b) de Deus
2) Senhor – título, falado no lugar de Yahweh na demostração judaica de reverência
Disto podemos ver que o título Senhor é também uma forma reverente de se referir a Adonai (Deus).
Jesus / Yeshua / Y’shua / Yahshua
Jesus é a tradução Grega do nome Hebraico Yeshua, ortografado variadamente como Y’shua, Yahshua, Yahoshua ou Joshua. Em muitos de nossos escritos usamos a forma Grega comumente conhecida Jesus, assim as pessoas saberão de quem estamos escrevendo; porque o nome Yeshua não é geralmente conhecido entre os crentes de fala inglesa (e nem portuguesa). Mas notará que freqüentemente usamos a forma Hebraica original Yeshua ou Yahshua. Este nome significa ‘a Salvação de Yahweh.’ Em outras palavras, ‘Yeshua é o agente ou o meio de salvação de Yahweh’. Ele é Jeová em Seu papel como Salvador. O Evangelho de Mateus diz: “e chamarás Seu nome Jesus, porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados.” (Mt 1:21). Alguém pode também argumentar extensamente sobre as pronúncias e ortografias do nome do Salvador; mas deixamos isto para outros. Cada pessoa precisará decidir por si própria. Afinal, muito poucos crentes gentios conhecem hebraico.
Emanuel
O nome do Salvador é também Emanuel, que significa ‘Deus (Yahweh) é conosco’:
Mt 1:23: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel, que sendo interpretado é Deus conosco.”
Nós, na EBS, freqüentemente usamos o nome Emanuel. Também usamos o título Cristo, que significa “o Ungido, o Messias”. Quando usamos o nome Jesus, ou o Hebraico ‘Yeshua’ ou ‘Yahshua’, queremos dizer o Messias, o Filho Unigênito do Altíssimo, que derramou Seu sangue-vida no Calvário para salvar a humanidade da aniquilação. Quando usamos o nome e o título completos do Salvador, Senhor Jesus Cristo, queremos dizer o SENHOR (Deus) na pessoa de Jesus (Yeshua) o Cristo (o Messias).
Pronúncia
Como mencionado anteriormente, ninguém pode estar absolutamente certo de estar pronunciando corretamente o nome sagrado. Um nome é um substantivo, uma palavra ou frase curta pela qual uma pessoa ou coisa é conhecida. Nomes comuns (isto é, homem, esporte, animal, etc.) são usados para toda uma classe ou grupo de coisas. Nomes próprios (isto é, Loughran, Escócia, África) são nomes de pessoas ou lugares em particular. Alguns nomes próprios possuem significados; muitos não. Meu nome, ‘Loughran’ por exemplo, não possui um significado especial; embora para mim ele represente meu caráter, minha família, minha reputação e minha palavra de honra. Todavia, o nome próprio ‘Loughran’, quanto eu saiba, não tem nenhum significado em particular.
Um nome é–o quanto possível–pronunciado da mesma forma em todas as línguas. Contudo, pessoas de diferentes nações podem pronunciar mal meu nome, dependendo de como se vocaliza as letras “L-O-U-G-H-R-A-N.” Mas eu reconheço este fato. Isto não me perturba. Sei a quem elas se referem; embora geralmente eu sorria quando ouço meu nome mal pronunciado por outros–especialmente estrangeiros. Da mesma forma, quando se pronunciam os nomes sagrados Yahova, Yahweh ou Yeshua. Duvido muito que os crentes gentios, mesmo nos dias de hoje, possuam a pronúncia absolutamente correta; conquanto alguns declarem que possuem. Estou, entretanto, certo de que o Altíssimo e Seu Filho sabem a quem nos referimos quando pronunciamos bem ou mal Seus nomes.
IHVH (ou YHWH)
Notem como eu omiti as vogais ‘a’ e ‘e’. Todas as letras no alfabeto hebraico são consoantes, isto é, letras que não as vogais. Os sons vocálicos (a, e, i, o, u) são representados no hebraico escrito por pontos e traços, chamados ‘pontos-vocálicos’, ou simplesmente ‘pontos’. De forma a ajudar as pessoas de fala inglesa (e portuguesa) que ficariam, de outra forma, incapazes de pronunciar as quatro consoantes IHVH (chamado de tetragrama), as vogais ‘a’ e ‘e’ são inseridas no nome sagrado. Mas os escritores inspirados originais apenas escreviam ‘IHVH’, ou, em vez disso, os equivalentes em hebraico a essas letras. As letras IHVH são uma transliteração ou representação dos quatro caracteres originais hebraicos. Mas como se pronuncia o tetragrama IHVH? Como mencionado anteriormente, mesmo as autoridades nascidas de sangue hebraico diferem no assunto da pronúncia, simplesmente porque somente séculos depois que as Escrituras originais foram escritas pelos profetas é que os pontos-vocálicos do hebraico foram introduzidos para ajudar na pronúncia. Em vista destes fatos penso que nós gentios deveríamos permanecer em silêncio, pois quanto mais escrevemos a respeito da ortografia e pronúncia hebraicas, mais ignorantes iremos parecer ao povo de fala hebraica. Um pequeno conhecimento pode ser uma coisa perigosa.
É Pecado?
Isto me leva a uma pergunta extremamente importante: É pecado usar o título SENHOR ou o nome JESUS? Alguns grupos implicantemente ensinam que sim. Nunca usam este título ou nome em seus escritos. Eles ensinam que se você tem uma Bíblia que usa palavras como SENHOR, Senhor ou Jesus Cristo, então troque-a, porque, dizem eles, a palavra ‘Senhor’ é um título pagão e ‘Jesus’ é o nome de um deus grego. Até a palavra ‘Deus’, afirmam, é o nome de uma divindade pagã. É, então, um pecado (acreditam) chamar ao Altíssimo de SENHOR Deus, ou ao Salvador de Jesus! Esta mensagem nos sobrevem fortemente quando lemos seus escritos. Outros, principalmente os judeus, acreditam que é um sacrilégio usar o nome sagrado, não importa como ele seja pronunciado. Em vez disso, aconselham, devemos dizer SENHOR, Adonai ou Senhor Deus. Está correto qualquer desses dois pontos de vista diametralmente opostos?--um afirmando que nunca devemos usar os títulos SENHOR, Senhor, Deus, etc., mas os nomes Yahweh, Yahshua, Yeshua, etc., no lugar; e o outro dizendo que é um sacrilégio até mesmo expressar o nome do Altíssimo, mas que devemos, no lugar, dizer SENHOR ou Senhor Deus? Quem está certo? Será que o Santo de Israel, que inspirou a poderosa Reforma Protestante vários séculos atrás, na força da Versão Autorizada, de alguma forma permitiu que Seu próprio Nome e o Nome de Seu Filho fossem corrompidos ou omitidos, de forma que ao pronunciá-los ou escrevê-los cerca de 400 anos depois se iria incorrer em pecado? Creio que que não. O fato, porém, é que muitos leitores da literatura dos grupos do Nome Sagrado estão agora escrevendo para a Escola Bíblica de Stewarton pedindo Bíblias com Nomes Sagrados. Sem dúvida esses crentes sentem que as Escrituras que possuem são de alguma forma inferiores, supostamente maculadas espiritualmente e inadequadas para estudo. Assim, querem desfazer-se de suas Bíblias e obter Bíblias com Nomes Sagrados! Por outro lado, será que o Todo-poderoso Deus de Israel inspirou os profetas do Antigo Testamento a escrever Seu nome mais de 6.500 vezes na Escritura e então proibiu os verdadeiros crentes até mesmo de falar ou escrever Seu nome? Como é possível ‘invocar o nome do SENHOR’ (como aconselhado em 1Cr 16:8, Sl 80:18, Sl 99:6, Sl 105:1, Sl 116:31, Sl 116:17, Is 12:4, Is 41:25, Sf 3:9 e inúmeras outras passagens da Escritura) se não é permitido até mesmo falar Seu nome? Para falar francamente, fico horrorizado com tal raciocínio. Seu efeito poderia acarretar um desastre espiritual para muitas congregações que possuem Bíblias contendo o título SENHOR em quase cada página do Antigo Testamento: 140 vezes só no livro de Gênesis! Por isso preparei este artigo para explicar por que a Escola Bíblica de Stewarton, que conhece e usa os nomes sagrados, com reverência, também usa os títulos/nomes “SENHOR”, “Senhor”, “Deus” e “Jesus”. Irei brevemente listar outras três razões:
1. Milhões de Bíblias
Você concordará que existem literalmente milhões de Bíblias no mundo, impressas em cada língua conhecida pelo homem. Eu diria que a maioria das versões em inglês usam o título LORD God (SENHOR Deus) e o nome Jesus. Estão essas Bíblias agora impróprias para uso? E se estiverem, como podemos esperar trocar as milhões de Bíblias que se estudam com oração por todo o mundo? E como poderemos realizar tão grande trabalho antes que o Messias retorne? Que esperança os grupos do Nome Sagrado têm de traduzir, imprimir e distribuir ao mundo uma versão da Bíblia que julgam ser correta, especialmente em vista do fato de que mesmo entre os grupos do Nome Sagrado existem muitas pronúncias diferentes do Nome Sagrado? A resposta é: nenhuma, seja qual for. Os grupos do Nome Sagrado não possuem os eruditos de fala hebraica, as finanças e o tempo para fazer este tipo de trabalho. De fato, nenhuma denominação na face desta Terra está equipada para trocar os milhões de Bíblias em uso hoje. A Versão Autorizada da Bíblia é uma publicação inestimável. Mais de 800.000.000 de cópias foram publicadas nos últimos 400 anos. Lançar dúvidas sobre sua integridade ou o seu uso dos títulos/nomes SENHOR, Deus ou Jeová, Jesus Cristo, etc., não é, certamente, uma obra do Espírito Santo.
2. A Oração Respondida
A segunda razão é a oração respondida. O Altíssimo respondeu–e ainda está respondendo–a milhões de orações dos crentes, mesmo ao eles O chamarem SENHOR Deus. Se o Altíssimo responde a estas palavras e Seu Filho Unigênito responde ao nome Jesus, quem somos nós para julgar? Vá a qualquer igreja e converse com qualquer verdadeiro crente e obterá ampla evidência de que o Altíssimo e Seu Filho responderam às suas orações–vez após vez–após serem invocados como SENHOR Deus ou Jesus. Leia qualquer livro sobre a grande Reforma Protestante e verá este fato com relação a oração respondida repetido vez após vez. Estude qualquer livro cristão sobre Oração e lerá de muitos, muitos exemplos de que o Altíssimo respondeu ao título de SENHOR. Oh, sim, a oração respondida é um argumento extremamente importante. Atreveremo-nos a ignorá-lo?
3. A Profecia Bíblica
Nossa terceira razão vem da própria Bíblia; de uma análise lógica de um texto da profecia do Mestre no Olivete. Em Mateus 24:5 o Salvador diz isto: “Pois muitos virão em Meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos.” O Salvador não quis dizer ‘muitos virão no nome de Yahshua e enganarão a muitos’. Comparativamente poucos crentes conhecem o nome ou título hebraicos do Salvador; e menos ainda expelem demônios naqueles nomes. A grande maioria de cristãos–especialmente os que pregam e praticam o engano–usam o nome JESUS. E é este nome–sim, o nome ‘Jesus’, o nome que muitos grupos empregam quando supostamente expelem demônios–que o Mestre chama ‘Meu nome’. Em outras palavras, o Salvador admite o nome ‘Jesus’ como sendo Seu nome; e o título ‘Cristo’ como aplicando-se a Ele mesmo. Considere ainda outra passagem. Quando o Messias retornar a esta terra, ele irá repreender muitos que fizeram maravilhosas obras em Seu nome!
Mt 7: 21: “Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos céus.” vs. 22: “Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, porventura não profetizamos em Teu nome? E em Teu nome não expulsamos demônios? E em Teu nome não fizemos muitos milagres?” vs. 23: “Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniqüidade”.
De novo perguntamos: Quem são os profetas que fazem tais coisas maravilhosas no nome do Messias? Muito certamente não são os líderes do Nome Sagrado. Os exorcistas operadores de milagres que irão algum dia usar estes argumentos serão encontrados nos grupos caristmáticos, que se especializam em fazer poderosos milagres no título/nome do Senhor Jesus: o nome que, quando se dirigindo ao Salvador, eles chamam ‘Teu nome’. Sim, eles fazem seus milagres no Nome do Messias–Jesus! O nome que ele chama ‘Meu nome.’ (Mt 24:5). Repito: Qual é o nome que esses operadores de milagres usam quando fazem suas obras maravilhosas; o nome que o Mestre chamou de ‘meu nome’? Eu posso dizer-lhe que não é Y’shua, Yeshua, Yahshua ou Yahoshua. Então, qual é o nome que esses carismáticos operadores de milagres usam? A resposta é: eles usam o nome Jesus: o nome que o Salvador chama ‘meu nome’. Então temos aqui duas profecias sobre o nome Jesus. Na primeira, o Salvador refere-se a ele como ‘meu nome’. E na segunda, esses enganados operadores de milagres, quando se dirigem ao Salvador, também referem-se ao nome Jesus como ‘seu nome’. O Mestre, note por favor, não diz: “Esperem um minuto, vocês estão dizendo o meu nome errado!” “Não é Jesus, é Yeshua ou Yahshua!” Em vez disso, quando examinamos as evidências, e o cumprimento desta profecia neste século 21, descobrimos que o Mestre–ao predizer o uso de Seu nome–poderia estar Se referindo apenas ao nome Jesus. Nenhuma outra conclusão sensata é possível. Aí está nosso ponto de vista. A Escola Bíblica de Stewarton usa os nomes sagrados Jehovah, Yahweh, Yeshua, Yahshua, etc. Estivemos fazendo isto por muitos, muitos anos, de forma a informar milhões de pessoas de fala inglesa que não conhecem outros nomes a não ser aqueles que aparecem em suas Bíblias. Também usamos os títulos/nomes SENHOR, Deus, Jesus, Cristo, etc. Mais ainda, não concordamos que o uso do título SENHOR Deus ou o nome/título Jesus Cristo seja pecado ou inaceitável ao Altíssimo e Seu Filho. Nossa crença é: que quando o nome do Altíssimo (Jeová) é usado–com reverência–ele possui um poder que nenhum homem na terra pode medir. Sem dúvida, nunca deve ser usado ‘em vão’, em vaidade auto-enganadora: isto é proibido pelo Terceiro Mandamento. Mas ele pode ser usado–com reverência! Afinal, é o nome do Todo-Poderoso autorizado em Sua Palavra, a Verdadeira Bíblia! Neste artigo o nome do Todo-poderoso, com suas variações, foi utilizado freqüentemente: mas isto foi apenas porque é o assunto sob consideração. Não há absolutamente nenhum desrespeito intencionado – seja qual for. Creio que isto esclarecerá nossa posição com relação aos nomes sagrados.
Nomes Sagrados – Parte 2
Autor: David B Loughran Stewarton Bible School, Stewarton, Escócia. Julho 1998 ... Atualizado: Dezembro 1999 http://atschool.eduweb.co.uk/sbs777/vital/snames2.html Tradução: Adail Muniz Retamal (adailmr@uol.com.br)
1. Introdução
Nós, na Escola Bíblica de Stewarton, conhecemos e usamos o nome sagrado do Todo-poderoso, YAHWEH, desde cerca de 1956. Se você ler nossa literatura verá ser este o caso. Mais ainda, quando usamos as palavras SENHOR ou Deus reconhecemos que elas não são nomes. Por que, então, as usamos? Porque para o mundo de fala inglesa a palavra ‘God’ (‘Deus’) significa um ser sobrenatural e na maioria da Bíblias em inglês essas designações são usadas. Quando usamos essas palavras as pessoas de fala inglesa sabem a quem nos referimos. Se usássemos apenas o nome Yahweh, ou Yeshua para o Filho, muitos companheiros não saberiam sobre quem estamos escrevendo, porque esses nomes não aparecem em suas Bíblias. O Dicionário de Oxford define a palavra Deus como segue: “O Criador e Governante do universo no ensinamento cristão, judaico e muçulmano...” Isto é o que o mundo de fala inglesa quer dizer quando usa a palavra God (Deus), e é isto o que nós, na Escola Bíblica de Stewarton, queremos dizer quando empregamos a palavra. Qualquer um que presuma que quando as pessoas de fala inglesa dizem God (Deus) estão querendo dizer um ídolo pagão está fora de sintonia com a língua inglesa. Em nosso artigo Nomes Sagrados – Parte 1 você verá que estamos plenamente cientes de que o nome do Todo-poderoso é Jeová ou Yahweh. Depois que ler aquele artigo lembre-se do que o Salvador disse sobre a identificação dos verdadeiros crentes: “Pelos seus frutos os conhecereis.”
* Não por sua raça, dinheiro ou posição social. * Não por sua igreja ou denominação. * Não pelo dia que eles guardam como o sábado – mesmo se ele for o 7º dia correto! * Não por qual nome eles chamam o Pai e o Filho: Jeová, Javé, Yahuweh, Yeshua, Yahshua ou Yahoshua. * Mas pelos seus FRUTOS! – os frutos do Espírito Santo!
Sinto muito ter que dizer que em minhas viagens, e eu viajo consideravelmente, não achei que os crentes no Nome Sagrado produzam mais ou melhores frutos espirituais do que os crentes de outros grupos cristãos. Triste dizer, mas os frutos do Espírito Santo: humildade, amor fraterno, gentileza, alegria, misericórdia, paciência, paz, generosidade, auto-sacrifício, justiça, etc.–tão evidentes em outros lugares no mundo cristão–estão lamentavelmente ausentes nas vidas de muitos (não todos) os crentes no Nome Sagrado. Não é esta uma estranha descoberta? Por favor note que estes são fatos que tenho testemunhado repetidamente.
2. O Uso de Palavras Pagãs
Embora a EBS utilize os nomes sagrados, não consideramos um pecado também usar os nomes/títulos Jesus Cristo, SENHOR Deus, etc. Por que não? Porque nos comunicamos com milhares de crentes e descrentes de fala inglesa de cerca de 30 países. Na Internet alcançamos milhões mais. Muitas dessas pessoas possuem, ou já ouviram passagens lidas, da Versão King James da Bíblia: a Bíblia que detonou a grande Reforma Protestante através do mundo de fala inglesa. Ela realmente é a Versão Autorizada e, de longe, a melhor. Como uma Escola Bíblica Britânica, nós dificilmente diríamos que a mais renomada versão da Bíblia de todos os tempos está cheia de erros, ou que o Todo-Poderoso que inspirou sua publicação e preservação, de alguma forma, ficasse com Seu nome e o de Seu Filho tão errados que usá-los seria incorrer em pecado! Como você sabe, a língua inglesa, como muitas outras, possui centenas de palavras que foram emprestadas de outras línguas. Literalmente quantidades dessas palavras tem suas raízes no paganismo, e muitas são derivadas de nomes de deuses pagãos. De fato, a própria língua inglesa, tanto quanto diz respeito aos judeus, é uma língua pagã–cada palavra dela. Abaixo está uma lista de palavras (as que começam com letra inicial maiúscula são os nomes de deuses pagãos) usadas no inglês do dia-a-dia. Acharíamos difícil nos comunicarmos se essas palavras fossem removidas de nossos dicionários ingleses:
Amazon, Andes, Atlas Baby, Beauty, Bible, Biceps, Bull Chaos, Charisma, Charm, Chastity, Church, Cosmos Dad, demonstrate, Ding (thing), Discord Earth, echo, era, error, Ether, Elfen, Eve (a esposa de Adão era Chawwah, e não Eva) Faith, Famous, fauna, Ferver, Felicity, Flora, Fortune, furor Gad, God, (luck) Genius, Glory, glorify, glorious, Grim Hades, Happy, Harmony, Hero, holy, honour, Hope, hunger, hospital Idea, index, inferno, Iris Joy, joyfull, Just King, kosmic (cosmic) Komedy (comedy) Laodicea, larva, Lauerd (Lord) loll, Lucifer, Luck, lunar Majesty, Manis, marathon, martial, meander, music, mute Narcissus, narcotic, nice, Nymph, nimble Obstinacy, ode, odius, olympic, oracle Pallar, Pander, Papa, Paris, Paulina, Pegasus, penis, petition, Phoebe, Phyllis, Piety, psyche, Python Quiet Ridiculous, Roman, religion, renown, rhesus, rumour Sacred (consecrate), saga, salus (salvation), santus (sanctify) Saturn, Saturn'sday (Saturday), saturate, Saude persuade), scan, solar, Spartan, status, sun Taciturn, Tartarus, Tartar, Tauros, tell, temper, terror, test, testimony, The (Theos), thing, thunder, Titan, triumph, trivial, touch, tyrany Valiant, vampire, Vatican, verify, Victor, Virtue, vulcanise, volcano, etc. etc.
Todas essas palavras, e eu posso lhe assegurar que existem centenas mais, possuem ‘raízes pagãs’. Muitas são nomes de deuses pagãos. Adicione a esta lista os nomes pagãos dos dias da semana (Sunday, Monday, Tuesday, etc.) ou os nomes de muitos meses. Em cima disso adicione também os nomes de centenas, quem sabe dezenas de milhares, de nomes pagãos que as pessoas têm e terá uma formidável lista de palavras, títulos e nomes diretamente ligados a religiões pagãs e seus deuses. Deveremos parar de usar todos esses nomes, como sugerem alguns? Como provavelmente sabe, cada língua humana é simelhantemente carregada com palavras de outras línguas. Antes da última guerra Hitler tentou purificar a língua alemã expurgando palavras de raízes estrangeiras. Ele falhou miseravelmente. Sim, cada língua na terra–incluindo hebraico, aramaico e grego–está eivada de palavras estrangeiras (pagãs). Precisaremos esperar pelo Todo-Poderoso para purificar toda língua, porque todas elas são tão corruptas como é o inglês (e o português, claro). Esse dia está próximo.
Sf 3: 8: “Esperai-me, pois, a Mim, diz o SENHOR, até o dia em que Eu Me levantar para o despojo; porque a Minha resolução é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles fazer cair a Minha indignação e todo o furor da Minha ira; pois toda esta terra será devorada pelo fogo do Meu zelo.” 9: “Então, tornarei ao povo uma língua pura, para que todos invoquem o nome do SENHOR, para serví-Lo de comum acordo.”
3. Além de Pronúncias
Quando o nome do Pai é falado em Stewarton, nós vamos bem além da correta ortografia ou pronúncia, muito além dos sons audíveis que emanam dos lábios humanos. Como deve saber, existem muitas variações dos nome sagrado: Jehovah, Yahovah, Yahweh, Yahvah, Yahoweh, Yahovah, Yahuweh, Yahuvah, Jeová, Jeovah, Jehofah, Geová, Ihowa, etc. Não entramos no argumento sobre qual desses–se é que algum–é absolutamente correto. Nem professamos saber a pronúncia hebraica adequada do nome. Alguém realmente sabe? Eu certamente não sei. Nossos objetivos são:
* Ser como nosso Pai celestial e refletir o Seu caráter, obedecendo à Sua lei. * Produzir em nossas vidas os frutos do Espírito Santo.
Estes são nossos objetivos porque para nós o nome de Yahweh é muito mais do que um som audível, não importa quão corretamente nós ou outros achem que o pronunciamos. E embora respeitosamente utilizemos o Seu nome e ensinemos outros a fazerem o mesmo, não professamos ser especialistas em hebraico ou qualquer outra língua. Quando deu o Seu nome, foi isto o que o ‘SENHOR’ (IHVH no original hebraico) disse:
Êx 34: 1: “Então, disse o SENHOR a Moisés: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras; e Eu escreverei nelas as mesmas palavras que estavam nas primeiras tábuas, que tu quebraste.” 2: “E prepara-te para amanhã, para que subas pela manhã ao monte Sinai, e ali te apresentes a Mim no cume do monte.” 3: “Ninguém suba contigo, ninguém apareça em todo o monte; nem ovelhas nem gado se apascentem defronte dele.” 4: “Então Moisés lavrou duas tábuas de pedra, como as primeiras, levantou-se de madrugada, e subiu ao monte Sinai, como o SENHOR lhe tinha ordenado, levantando nas mãos as duas tábuas de pedra.” 5: “O SENHOR desceu numa nuvem e, pondo-se ali junto a ele, proclamou o nome do SENHOR.” 6: “Passando o SENHOR perante Moisés, proclamou: SENHOR, SENHOR Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-Se e grande em beneficência e verdade;” 7: “que usa de beneficência com milhares, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado. Contudo, ao culpado não tem por inocente; visita a iniqüidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração.” 8: “Então Moisés imediatamente se inclinou à terra, e adorou.”
Note como o caráter do Todo-Poderoso foi proclamado quando Seu nome/título SENHOR (Yahovah) foi pronunciado. No verso seguinte esta expressão do caráter divino, em vez do próprio nome, é ainda mais evidente:
Êx 34: 14: “(porque não adorarás outro deus; pois o SENHOR, cujo nome é Zeloso, é um Deus zeloso).”
Quem, em sua sã consciência, dirigir-se-ia ao Altíssimo como Todo-Poderoso Zeloso! Ninguém, porque a palavra zeloso simplesmente descreve um único traço do caráter do Todo-poderoso. Ele é um Deus zeloso. Em outras palavras, o nome do Todo-Poderoso vai muito além do som verdadeiro de um substantivo, não importa o quão correto ele seja falado. E isto é o que nós, na EBS, tentamos manter em foco: O nome do Todo-poderoso é o Seu caráter. Este é o fato que desejamos experimentar em nossas vidas e proclamar a outros. A correta ortografia e pronúncia hebraica dos vários substantivos virá em Seu tempo. Até onde sabemos, apenas aqueles que refletem o caráter de Yahweh realmente conhecem o Seu nome. Conseqüentemente, tratamos com a maior cautela aqueles que professam saber o nome do Todo-Poderoso. Para termos a certeza de que podemos pensar que eles sabem como pronunciá-lo ou soletrá-lo, alguns podem até mesmo escrevê-lo na língua hebraica, mas, ah!, dos que temos encontrado, muitos são estranhos ao Seu Santo Espírito. Realmente não O conhecem ou ao Seu Filho. Eles possuem um espírito estranho que os motiva. Conseqüentemente, hesito em anular o resto da cristandade simplesmente porque não conhece ou não utiliza os nomes sagrados. No grande Dia do Juízo estou certo que descobriremos que muitos cristãos, desprezados como semi-pagãos, conhecendo pouco ou nada da Escritura, são na realidade muito mais espiritualmente inteligentes e produtivos do que o somos. Por isso, vamos todos pisar com cuidado; e se eu pudesse oferecer uma linha de aviso seria esta: Empenhe-se em demonstrar na sua vida–por seu caráter–que você realmente conhece o Nome do Todo-Poderoso, isto é, que O conhece! A quem conhecer é a vida eterna (Jo 17:3).
ADENDO
Prof. Azenilto G. Brito
Embora não tendo ligação com esses grupos do Nome Sagrado, por muitas décadas as “testemunhas de Jeová” também se apresentam como restauradores do nome do Deus Todo-Poderoso enquanto criticando os demais cristãos e tradutores da Bíblia por não adotarem o que insistem ser o correto nome—“Jeová” em nosso idioma—como padrão. Transcrevemos a seção do livro O Desafio da Torre de Vigia (págs. 149 e 150), de nossa autoria, onde discutimos exatamente esse aspecto:
II – O NOME DE DEUS
– INTRODUÇÃO: Alegam as “testemunhas” que têm obrigação de proclamar o nome de Deus por todo o mundo, restaurando o nome que era conhecido pelos israelitas e do qual se conhecem as quatro consoantes (o tetragrama) que o formavam, expresso pelas consoantes IHVH. Reconhecem, porém, que ninguém sabe a pronúncia exata do tetragrama, o que faz com que todo o empenho em restaurar tal nome perca o sentido. De que vale restaurar quatro consoantes impronunciáveis?
– Ponderações:
1. Pronúncia desconhecida:
A) Tentativas para estabelecê-la: Santificado Seja o Teu Nome, págs. 18-21 (§ 14). Obs.: No prefácio da Kingdom Interlinear Translation demonstra-se com clareza que a pronúncia “Jeová” é tradicional, originária de transcrição do tetragrama IHVH desde o século XIV, e que Yahweh (Javé) é versão mais correta. Logo, que “nome divino” a “Sociedade” está restaurando, se admite ter-se empenhado em divulgar um nome divino inexato? Reconhece que a pronúncia melhor é outra. . . Deve, então, corrigir o que é inexato.
2. O nome que os cristãos são instados a honrar e que está acima de todo nome sobre a Terra (isto é, entre os homens) –o de Jesus: Atos 4:12. Obs.: a) O dever do cristão agora é ser “testemunha de Jesus”: Atos 1:8 e 13:31. b) No Salmo 138:2 a “Palavra” é exaltada acima do nome de Deus. c) Ao receber o “espírito de adoção”, o nome a destacar é “Aba, pai”: Rom. 8:15; Gál. 4:6.
3. Nome na Bíblia expressa caráter: Gên. 17:5; 32:28; Êxo. 34:14; Sal. 111:9. Obs.: a) Conhecer o nome de Deus é conhecer a Deus como Ele Se tem revelado: Sal. 9:10; João 17:6, 26. b) A passagem de Atos 15:14, “Deus visitou os gentios para tomar deles um povo para o Seu nome” não indica que esse povo devesse somente pronunciar Jeová para referir-se a Deus. Indica, antes, que tal povo não O desonraria, e representaria bem o caráter dAquele a quem dedicavam a vida e de quem dariam testemunho. c) Caso esse “povo para o Seu nome” se refira às “testemunhas de Jeová” e caso esse grupo haja sido suscitado por Deus para divulgar o Seu nome, não parece estranho que somente a partir de 1926 (ver Caiu Babilônia, a Grande. . . págs. 18 a 20) tenham descoberto o valor desse nome, e somente em 1931 hajam adotado o título de “testemunhas de Jeová”, ou seja, mais de 50 anos após começarem a divulgar seus ensinos?
4. Se nossa oração para ser válida e ouvida tem de ter “Jeová” como designativo de Deus, então a oração de Jesus na hora de Sua morte não foi ouvida nos céus. Ele não pronunciou esse nome, mas, sim, “Deus meu, Deus meu. . .”: Mat. 27:46 –T.N.M. Obs.: Cristo, nosso exemplo, orava constantemente ao Pai sem pronunciar o nome Jeová. Então podemos tranqüilamente orar de modo igual (ver João 11:41; 17:1).
5. A ênfase bíblica é de que indentificamos o verdadeiro Deus por Seu poder criador, não tanto por um nome: Sal. 96:5; Atos 14:15; 17:24; Jer. 10:10-12.

TESTEMUNHOS DE UM EX-LÍDER DAS "TESTEMUNHAS"

Entrevista com Raymond Franz
prof. Azenilto G. Brito*


A exclusão de Raymond Franz da sociedade religiosa Torre de Vigia, a que pertenceu por quase toda a vida, foi considerada a uma excomunhão do Colégio de Cardeais da Igreja Católica, em artigo de página inteira do semanário internacional Time (22 de Fevereiro de 1982). Ele havia ocupado privilegiada posição por nove anos como um dos 17 membros do exclusivo “Corpo Governante” dessa entidade até demitir-se do cargo, sendo mais tarde desligado da religião. Dita organização, com sede em Brooklyn, N.Y., EUA, comanda as actividades mundiais das “testemunhas de Jeová”. Nesta entrevista exclusiva ao repórter de Correio Cristão, Raymond Franz indica algumas das razões que o levaram a não só retirar-se da liderança daquela sociedade, que alega ser “teocrática”, mas produzir dois livros em que oferece provas irrefutáveis dos erros e equivocada metodologia das “testemunhas de Jeová” ao ensinarem a Bíblia. Entre outras importantes atribuições que Raimund Franz ocupou no seio da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados destaca-se o seu papel de membro da comissão executiva da organização, ou o seu “Corpo Governante” — na época composto de 17 membros rigorosa e cuidadosamente seleccionados. Ele é sobrinho de Frederick Franz, presidente mundial e principal “teólogo” dentre as “testemunhas de Jeová” até seu falecimento em Dezembro de 1992 e foi encarregado de coordenar parte do material para o livro Aid to Bible Understanding [atualmente chamado Insight on the Scriptures em inglês, e Estudo Perspicaz das Escrituras, em português], tipo de enciclopédia bíblica que se tornou a obra mais erudita produzida pelas enormes gráficas daquela sociedade religiosa. Ele foi responsável pela pesquisa do verbete mais longo do livro, que trata sobre “Cronologia”.
Na pequena comunidade de Winston, a cerca de 30 milhas a noroeste de Atlanta, estado da Georgia, EUA, ao longo da rodovia que conduz à divisa com o Alabama, foi onde contactamos esse ex-líder entre os jeovaístas numa fria noite de Março de 1993. Eu fizera arranjos com ele por telefone para uma entrevista. A princípio ele demonstrou hesitação em ter uma entrevista gravada: não quer que as “testemunhas de Jeová” interpretem suas declarações como uma adesão a seus ensinos; após deixar a seita ele decidiu não se ligar formalmente a qualquer igreja em particular, mas participa com frequência de estudos bíblicos com outros ex-”testemunhas”. Sendo que não fez objecções a tomarmos notas por escrito de suas declarações, chegamos a um consenso para a entrevista.
Raymond Franz fora um dedicado membro da seita das “testemunhas de Jeová” por mais de 40 anos e um dos seus 144.000 “ungidos” (os únicos a irem para o céu para viver para sempre com Jesus, enquanto os demais—da “grande multidão”—ficam sobre a Terra renovada, numa espécie de “salvação de segunda”, conforme os ensinos da Torre de Vigia). Ele inclusive actuou como missionário, enfrentando pobreza, doença e perseguição ao trabalhar na República Dominicana e outros países latino-americanos. Entre vários idiomas que fala fluentemente, o seu espanhol é impecável. Quando na sede internacional da Sociedade Torre de Vigia circularam rumores de que ele discordava de alguns pontos básicos da religião, chegou a ser tratado de modo quase brutal por membros do Corpo Governante, recorda ele, em atitudes desconcertantes de investigações secretas, gravações não autorizadas de conversas telefónicas, insinuações malévolas por publicações da seita e várias outras formas de pressão psicológica, vendo-se forçado a renunciar a sua posição.
Mas o ostracismo a que foi lançado permitiu-lhe mais tempo para reflectir sobre o sentido de tudo por que havia passado nos últimos tempos, bem como por toda a sua vida como activo membro do que o artigo de Time chama de “uma seita apocalíptica”, que reivindica ser o exclusivo canal da verdade de Deus sobre a Terra.
Em sua nova condição de ex-líder religioso e “renegado” da fé, Franz escreveu dois livros, somando mais de 1.000 páginas de material onde detalha o funcionamento um tanto secreto do Corpo Governante e outros setores da sua antiga religião. A primeira obra se intitula Crise de Consciência e foi lançada no Brasil pela Editora Vida.
Quem espera encontrar expressões de amargura e denúncias sensacionais em suas obras se desapontará. Franz não trata os que lidaram com ele na mesma medida em que foi tratado. Antes, procura ressaltar os aspectos positivos daqueles homens como pessoas sinceras e dedicadas, e atribui o comportamento descaridoso e nada diplomático deles a seu respeito às exigências do sistema a que dedicam inabalável fidelidade, bem como à insegurança que tal sistema propicia, com suas freqüentes mudanças de interpretação doutrinária, sobretudo as “datas marcadas” (predições “bíblicas”) de acontecimentos que nunca se materializaram: 1914, 1915, 1918, 1920, 1925, 1941, 1975, entre outras. Explica Franz que sua pesquisa para o preparo do livro SIDA foi o factor inicial para abrir-lhe a mente para problemas sérios na exegese e cronologia “bíblica” das TTJ.
Entre os pontos sensíveis levantados na pesquisa está a falta de fundamentação histórica para a data 607 AC como ano em que Jerusalém foi desolada, a partir de onde teriam começado os 70 de cativeiro de Israel sob Babilónia. Essa data é crucial para a cronologia que levaria ao ano de 1914, extremamente importante na interpretação bíblica das “testemunhas de Jeová”. Assim, se a data 607 AC estiver errada, a cronologia a que serve de base estará errada.
E se a cronologia estiver errada, a teologia estará errada. Franz conta que levou o problema da falta de fundamento para tal data básica a seus pares durante uma reunião do Corpo Governante. Pesquisa realizada por ele e seu secretário em todas as bibliotecas da área de Nova York, e outras informações que lhe chegaram de um ancião TJ na Suécia (Carl O. Jonsson, que, independentemente de suas próprias investigações preparara um estudo detalhado sobre o assunto) convenceram-no de que tal data realmente era infundada. Posteriormente, Jonsson também abandonou a seita, tendo escrito uma obra erudita discutindo a falsa cronologia bíblica das TTJ, intitulada The Gentile Times Reconsidered [Reavaliação dos Tempos dos Gentios].
Ele lembra como o assunto causou grande celeuma entre seus companheiros dirigentes das “testemunhas de Jeová”. Finalmente, puseram em votação as alternativas de reconhecer e corrigir o erro, segundo os dados históricos admitidos pelo consenso de historiadores de gabarito (a data correcta seria 586 AC), ou manter a tradição interpretativa. Pelo levantar da mão daqueles chefes religiosos, decidiu-se que Jerusalém teria sido desolada quase 20 anos antes da data real para o acontecimento, ou seja, optaram pela tradição!
Perguntei a Franz se o voto da maioria de seus antigos pares tinha sido motivado por estudos profundos empreendidos por eles que contrariavam o consenso de historiadores e arqueólogos a respeito da data correcta, ou por alguma nova pesquisa arqueológica em que eles próprios teriam se engajado ou sido informados a respeito.
Ele apenas sorriu, como resposta. Entre os factos marcantes de sua experiência à frente da organização jeovaísta, Franz lembra a grande perseguição a que as “testemunhas” foram submetidas no Malawi, pequeno país do sudeste africano, devido à recusa por eles em adquirir um cartão do partido único do governo ditatorial daquele país. A literatura das “testemunhas” não se cansava de ressaltar a grande injustiça e o sofrimento desses religiosos, sujeitos a todo tipo de preconceito, estupros e maus tratos. Muitos tiveram que abandonar o país sob condições penosas para nações vizinhas, e os textos bíblicos que falam de perseguição aos fiéis seguidores de Cristo nunca deixavam de ser citados nas revistas A Sentinela e Despertai!
ao se referirem ao caso. Qualquer ato de perseguição contra pessoas por convicções políticas ou religiosas é decerto condenável e lamentável. O que o público nunca soube, porém, é que enquanto se requeria estrita adesão às ordens da Sociedade Torre de Vigia das “testemunhas de Jeová” do Malawi para não rebaixarem as normas aceitando a ordem governamental (o que contrariaria a sua posição de absoluta neutralidade ante os governos humanos), no México as “testemunhas” eram instruídas a obterem um documento de isenção de serviço militar mediante um acto ilegal: o suborno! O escritório regional das “testemunhas” no México, em busca de orientação sobre como agir no caso, escrevera à Torre de Vigia, em Brooklyn, Nova York, explicando que a prática de obter os documentos de isenção do serviço militar por propinas era comum no país, mas reconhecidamente a ética.
Explicava que as “testemunhas” de sexo masculino praticavam o mesmo que muitos outros de seus concidadãos mexicanos—pagavam “la mordida” aos chefes militares para não terem problemas, não serem presos, etc. A orientação da sede mundial das “testemunhas” foi simplesmente incrível: sendo que o dinheiro pago a esses militares corruptos não seria encaminhado para beneficiar a máquina de guerra do país, e sendo que o pagamento de propinas já era algo enraizado na cultura local, que os jovens “testemunhas” pagassem a tal taxa para obter o seu documento de isenção do serviço militar, ilegalmente ou não, e se livrassem do problema! Dois pesos, duas medidas!
Franz documenta em seu livro tudo isso em detalhes, com fotocópias da correspondência trocada entre o escritório do México e a sede mundial da seita. Franz não foi logo “excomungado” ao desligar-se de seu posto na organização. Mudou-se para Gadsden, Alabama, onde foi morar com um amigo que ainda pertencia à religião. Pouco depois, este também apresentou objecções a aspectos doutrinários da seita e foi excluído como membro em sua congregação local que Franz também frequentava.
Na época ficou decidido pelo Corpo Governante que uma antiga regra de ostracismo aos afastados da religião seria restabelecida: a de proibir qualquer membro ativo a sequer saudar à distância um “apóstata”, ainda que desligado a seu próprio pedido. Ao ser visto por uma pessoa do Salão do Reino em Gadsden comendo num restaurante em companhia de seu amigo excluído da religião, a tecnicalidade legal foi encontrada para também excluí-lo, e à esposa, da comunhão das “testemunhas de Jeová”.
No artigo do Time acima referido, uma irónica legenda sob a foto de Franz sintetiza o absurdo de tal medida. Diz a revista: “Losing heaven over one restaurant meal” [perdendo o céu em função de uma refeição num restaurante).

A TORRE DE VIGIA E O ESPIRITISMO

A Sociedade Torre de Vigia, organização religiosa que comanda os trabalhos das chamadas "testemunhas de Jeová" por todo o mundo, busca obter respaldo de eruditos para a sua teologia peculiar e costuma citar autoridades que dêem apoio as suas teses. É uma forma de causar uma impressão de erudição ou autoridade relativamente a muitos dos seus ensinos, deixando os leitores convencidos do elevado gabarito e profundidade da pesquisa dos que redigem as suas publicações. Puro "jogo de cena".
Contudo, muitas vezes isso ocorre distorcendo as palavras e intenções de tais pesquisadores. Algo assim se deu com o Dr. Julius R. Mantey, um dos autores do Manual Grammar of the Greek New Testament. Mantey em várias ocasiões pediu que a Torre de Vigia removesse declarações da sua obra, como apareciam com sentido distorcido, fora de contexto, em publicações da seita. Embora os autores TTJ utilizassem trechos da gramática grega de sua autoria na busca de pretextos para negar a divindade de Cristo, este autor foi sempre um dedicado crente num Deus Triúno.
O que se deu, porém, com a prática de citar eruditos, envolvendo o tradutor da Bíblia Johannes Greber, é um caso à parte. Certamente Greber seria hoje um autor favorito entre as TTJ pois tem uma postura idêntica em muitos de seus ensinos. Por exemplo, num de seus escritos Greber declarou:
Não existe qualquer união de três pessoas, nem nenhuma Trindade no sentido em que os cristãos em geral ensinam. . . Somente o Pai é Deus. O próprio Cristo não foi Deus, mas somente o primeiro dentre os filhos de Deus.
Devido à necessidade de apoiar as suas doutrinas heréticas, Greber igualmente publicou a sua própria tradução do Novo Testamento. Tendo inclinações espíritas, alegava ter-lhe sido comunicado pelo "mundo dos espíritos" haver lugares no Novo Testamento, das Bíblias modernas, em que uma palavra havia sido mudada a ponto de alterar o sentido do texto. Quando lhe foi solicitado referir algum texto ele citou João 20:28. Um "espírito" teria anunciado a Greber que Tomé não proclamou Jesus como seu Senhor e Deus, mas que teria se referido a Ele como seu Senhor e Mestre.
João 20:26-28 26 “Oito dias depois estavam os discípulos outra vez ali reunidos, e Tomé com eles. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: Paz seja convosco. 27 Depois disse a Tomé: Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente. 28 Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu, e Deus meu!”
Greber dedicou-se, então, à tradução completa do Novo Testamento, sempre com o auxílio dos "espíritos" e sem ligação "com dogmas de qualquer igreja". É digno de nota que a própria Torre de Vigia, em The Watchtower [A Sentinela] de 15/02/1956, condenou Greber denunciando-o como espírita, contudo cita as suas obras como autoridade confiável em publicações lançadas em 1962, 1975, 1976 e 1981!
A tradução de Greber de João 1:1 ajusta-se como uma luva às interpretações jeovaístas: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus; e o Verbo era um deus". Os livros Aid to Bible Understanding [atualmente Insight on the Scriptures, em português Estudo Perspicaz das Escrituras], Certificai-vos de Todas as Coisas, O Verbo, Quem é Ele? Fazem todos uso da tradução de Greber de João 1:1. Greber é citado como um exemplo de uma tradução moderna que emprega "um deus" concordando, assim, com a Tradução do Novo Mundo.
João 1:1 1 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.”
Greber foi um sacerdote católico que morou na Alemanha no princípio do século XX. Em 1923 uma série de experiências levou-o a interessar-se pelo espiritismo, ou comunicação com os seres espirituais. Ele recorda essas experiências numa secção autobiográfica de seu livro Comunicação com o Mundo dos Espíritos de Deus. Os seres desse mundo lhe teriam comunicado que muito do que se crê na cristandade é falso porque as traduções bíblicas estavam cheias de imprecisões e traduções falhas. Assim, inspirado por tais espíritos, Greber lançou-se à empresa de preparar sua própria tradução bíblica. Eis como a Fundação Memorial Johannes Greber, que ainda vende os seus livros, expõe as sua fantástica experiência:
O Novo Testamento, como interpretado pelo erudito Pr. Johannes Greber, tem como fonte os mais antigos manuscritos no mundo, postos à disponibilidade do Pr. Greber para estudo e tradução mediante a cortesia e cooperação de especialistas teológicos e museus por todo o mundo. Esta é uma tradução absoluta independencia, sem restrição a dogmas de qualquer igreja.
Às vezes ele obtinha as respostas correctas através de grandes letras e palavras iluminadas que passavam perante os seus olhos. Outras vezes, obtinha as respostas correctas durante secções de oração. A sua esposa, uma médium do Mundo do Espírito de Deus, era frequentemente o meio para transmitir as respostas correctas dos Mensageiros de Deus ao Pr. Greber.
A Bíblia proíbe todo contacto com seres do mundo espiritual, e as próprias TTJ aprendem isso. Na obra de 1995, O Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, todo o capítulo 12 é dedicado a expor tal proibição. Um livro de instrução doutrinária anterior, A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, pág. 61, traz o subtítulo "Mantenha-se Livre de Toda Forma de Espiritismo". Assim, é paradoxal que para a defesa de sua teoria antibíblica de ser Jesus um ser criado busquem os instrutores da Torre de Vigia a referência a um autor que tem tais alegações de práticas espíritas.
Por falar nisso, é interessante acentuar que há algumas coisas um tanto misteriosas em certas publicações jeovaístas, exactamente sobre a questão de consulta aos mortos. No livro de exposição das profecias do Apocalipse intitulado Revelação, Seu Grandioso Clímax Está Próximo, pág. 125, há esta declaração:
Desde o tempo do apóstolo João, e até o dia do Senhor, cristãos ungidos ficaram curiosos quanto à identidade da grande multidão. Portanto, é apropriado que um dos 24 anciãos, representando os ungidos já no céu, estimule o raciocínio de João por fazer uma pergunta pertinente: “E,em resposta, um dos anciãos me disse: 'Quem são estes que trajam compridas vestes brancas e donde vieram?' Eu lhe disse assim imediatamente: 'Meu Senhor, és tu quem sabes'" (Revelação 7:13, 14a) Sim, este ancião podia achar a resposta e dá-la a João. Isto sugere que os ressuscitados do grupo dos 24 anciãos talvez estejam envolvidos em transmitir verdades divinas hoje em dia.
Logo, a Torre de Vigia está alegando que as "testemunhas de Jeová" ungidas que morreram e agora estão ressuscitadas como espíritos, habitando no Céu, podem estar "envolvidas em transmitir verdades divinas hoje em dia"!
Mas tal conceito não é tão moderno. O livro O Mistério Consumado, publicado pela Torre de Vigia em 1917, pág. 144, já sugeria que o falecido Russell controlava a obra das TTJ mesmo a partir do Céu, para onde teria partido ao ser ressuscitado espiritualmente. Ao comentar Apoc. 8:3, consta do livro (não mais disponível) esta estranha declaração, certamente desconhecida da grande massa de "testemunhas" actuais: "Este verso mostra que, conquanto o Pr. Russell tenha passado para além do véu [N.A.: o além-túmulo], ele ainda está dirigindo cada aspecto da obra da Ceifa".
É difícil imaginar como Russell estaria dirigindo a obra das "testemunhas de Jeová" a partir do Céu, enquanto o seu sucessor, Joseph F. Rutherford, alterava sobre a Terra muitos dos ensinos que o primeiro estabelecera, como a teoria da pirâmide de Gizé como base de entendimento profético, as mudanças de datas, como a da ressurreição dos ungidos, de 1878 para 1918, a do início da parusia, de 1874 para 1914, a do início do milénio, de 1915 para 1925, além de várias outras práticas e ensinos do tempo daquele. Confirmando a noção de controlo da Obra por Russell após sua morte (que se deu em 1916), é dito na revista Watchtower [A Sentinela] de 1º/11/1917:
Portanto, nosso querido Pr. Russell, sem dúvida, está manifestando um profundo interesse na obra da ceifa, e tem permissão do Senhor para exercer uma forte influência sobre ela.
Rutherford parece ter temido que tal idéia sugerisse uma prática espírita, e décadas depois declara preventivamente no livro Luz, vol. 1, pág. 64:
O Senhor empregou a Torre de Vigia para anunciar essas verdades. Sem dúvida ele empregou seus representantes invisíveis para realizar muito disso. De modo algum isso se trataria do que alguns poderiam considerar espiritismo.
Cria-se então que a ressurreição invisível dos salvos começara em 1878, mas "em 1927 concluiu-se que somente tivera lugar desde 1918" [Cf. as obras da Torre de Vigia Do Paraíso Perdido ao Paraíso Recuperado, pág. 192 e Los Testigos de Jehová en el Propósito Divino, págs. 63 e 64]. Assim, no ano de 1917, Russell NEM MESMO HAVIA CHEGADO NO CÉU! Como poderia estar se comunicando com seus irmãos que deixara sobre a Terra para conduzir a "obra da Ceifa"? Não deixa de ser este um curioso mistério . . .
[Transcrito e adaptado de pesquisas de M. Kurt Goedelman e David Reed].
Referências à tradução de Greber em obras da Torre de Vigia:
* Aid to Bible Understanding [Atual Insight on the Scriptures, em português: Estudo Perspicaz das Escrituras], pág. 1669, vb. "The Word" [O Verbo], em conexão com João 1:1
João 1:1
* Idem, pág. 1134, vb. "Memorial Tomb" [Túmulo Memorial], em conexão com Mateus 27:52, 53.
Mateus 27:52, 53. 52 “os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; 53 e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos.”
* Certificai-vos de Todas as Coisas (edição de 1965, em inglês), pág. 489, em conexão com João 1:1.
* The Watchtower [A Sentinela], 1º de setembro de 1962, pág. 554, em conexão com João 1:1.
* The Watchtower [A Sentinela], 15 de outubro de 1975, pág. 640, em conexão com Mateus 27:52, 53.
* The Watchtower [A Sentinela], 15 de abril de 1976, pág. 231, em conexão com Mateus 27:52, 53.
* The Word-Who Is He, According to John? [O Verbo-Quem é Ele, Segundo João?], em conexão com João 1:1. * The Watchtower [A Sentinela], 15 de fevereiro de 1956: expõe e condena Greber como um médium espírita!

UMA MEIA VERDADE, SERÁ UMA MENTIRA?

A revista de circulação mundial A Sentinela, de 15/12/92, editada pela organização religiosa Torre de Vigia, das 'testemunhas de Jeová', trouxe um artigo em destaque com o título "Por Que é Tão Fácil Mentir?" que apresenta alguns pontos muito bons e desperta séria reflexão. Na página 22, dito artigo assim define a mentira:
"'1. uma falsa declaração ou acção, especialmente que seja feita com intenção de enganar. . . 2. Qualquer coisa que dê ou tenha a intenção de causar uma falsa impressão'. A intenção é levar outros a crerem em algo que o mentiroso sabe não ser verdade. Por mentiras ou meias-verdades, ele se empenha em enganar aqueles que têm o direito de saber a verdade".
Bem explanado, realmente. Mas, se uma meia-verdade equivale a uma mentira completa isso, sem dúvida, se aplica a uma asserção com omissões, que poderia ser identificada por quem conhece todos os fatos como tendo "intenção de enganar . . . ou . . . causar uma falsa impressão". Sendo assim, como fica a bem conhecida declaração em diferentes obras da literatura da Sociedade Torre de Vigia (como em A Verdade Que Conduz à Vida Eterna, págs. 90, 91), que com pequenas variações assim reza: "Mais de 30 anos antes de 1914, as testemunhas de Jeová já diziam que esse seria um ano muito significativo, com grandes mudanças vindo a ocorrer, e os fatos confirmam que 1914 foi realmente um ano marcado"?
Sim, disseram isso, realmente. Todavia, que tipo de "ano marcado" era aquele? Para quê aquele ano foi "marcado", ou antecipado, por esse grupo religioso? Agora, essa é a parte que a organização das TTJ não definirá facilmente por tratar-se de algo bastante embaraçoso. As 'testemunhas de Jeová' realmente anteciparam 1914 por mais de 30 anos, mas como o ano em que a história humana chegaria literalmente ao fim, quando C. T. Russell (fundador dessa organização) e seus seguidores esperavam e anunciavam que seriam levados para o céu, enquanto o resto da humanidade iria sofrer a destruição total na batalha do Armagedom! Isso pode ser confirmado no livro publicado por essa mesma sociedade, Está Próxima a Salvação do Homem da Aflição Mundial!, págs. 130 e 131 (ver também Testemunhas de Jeová, Proclamadores do Reino, págs. 61, 62, 135, 136).
Não revelando a história completa junto com a reivindicação levantada, torna-se evidente àqueles que conhecem bem os fatos que a intenção por detrás de tal declaração parcial é induzir o leitor a ter o mais elevado conceito dessas pessoas, supostamente tão sábias e bem versadas nas profecias bíblicas ao ponto de saberem, por seu estudo das Escrituras, que 1914 representaria um importante marco na história da humanidade, com todas as impressionantes mudanças no campo político, económico e social desde então. E grandes mudanças de fato se deram, mas devido à eclosão da I Guerra Mundial naquele ano (predita equivocadamente também como o início do Armagedom--ver Cumprir-se-á, Então, o Mistério de Deus, págs. 267, 276), não por causa do esperado fim da história humana para então.
O tal "ano marcado" pelas TTJ na verdade significou uma profecia fracassada dos líderes de sua organização Torre de Vigia--uma mais entre muitas outras, como apresentamos documentadamente no nosso livro O Desafio da Torre de Vigia, de análise da história e ensinos dessa organização religiosa sectária. (Para maiores detalhes sobre este ponto, solicite o artigo “Certificai-vos de Todas as Coisas”, que alista 40 falsas profecias e falsos esquemas proféticos da Soc. Torre de Vigia, desde seu fundador, C.T. Russell, até tempos recentes, documentados com obras produzidas por ele ou outros autores dessa organização religiosa).
Assim, se uma meia-verdade equivale a uma completa mentira, como assinala o artigo de A Sentinela, não estariam os "historiadores" da STV se empenhando numa grande farsa e agindo como completos mentirosos ao omitirem esse importante detalhe do que foi realmente antecipado com respeito a 1914 por seus pioneiros? A forma em que reconstroem sua história não constitui inegavelmente uma distorção dos fatos, tal como apontam nas palavras de sua própria publicação (ver Mateus 12:37)?
A Bíblia oferece um exemplo de como uma meia-verdade acarretou sérios problemas: Abraão não contou a história toda de seu relacionamento com Sara, e isso causou sérios problemas para ele e Abimeleque--Ver Génesis, capítulo 20.