27/04/13

QUAL A RELAÇÃO DE ARMÍNIO COM A IGREJA ADVENTISTA?


O nome Jacobo (James) Armínio (1560-1609) ()e os termos Arminiano e Arminianismo nem sempre foram prontamente reconhecidos pelos Adventistas do Sétimo Dia. Na verdade, muitos têm inicialmente confundido estes termos com os Arménios da Turquia e seu estigma de Cristianismo Ortodoxo ou com o grande herege anti-trinitariano Arios e os seus ensinamentos arianos. Mas, apesar da obscuridade e confusões relacionadas a esta terminologia, Armínio e o Arminianismo desempenharam um papel muito importante como parte da herança protestante da teologia adventista.
É interessante, e até um pouco surpreendente, descobrir que Armínio e Arminianismo não foram sequer mencionados por Ellen White no O Grande Conflito (ou em qualquer outro lugar dos seus escritos). Tal omissão, porém, foi provavelmente porque a maioria das suas ideias importantes foram transmitidas aEllen White e ao adventismo através da influência de John Wesley (1703-1791) [1]. Seja como for, as ideias de Armínio provaram ser bastante fundamentais para a chave dos ensinamentos doutrinários adventistas. Mas antes de nos voltarmos a uma revisão dessas ideias importantes, nós precisamos saber mais sobre a pessoa Jacobo Armínio e os seus posteriores discípulos arminianos.
Esboço Biográfico
Jacobo Armínio nasceu em Oudewater, perto de Utrecht, na Holanda. [2] A sua família era da classe média foi devastada durante a infância de Jacobo pela morte do seu pai. Mas essa tragédia foi agravada pela morte de sua mãe e irmãos durante o massacre espanhol de Oudewater em 1575. O jovem Armínio foi posteriormente ajudado por amigos da família que viram que ele recebera uma educação universitária muito boa.
 
A sua educação superior começou em Marburgo, na Alemanha, em 1575 e na Universidade de Leiden, na Holanda, de 1576 a 1581. O seu talento como estudante chamou a atenção de um número de ricos comerciantes de Amsterdão, que patrocinaram os seus estudos teológicos posteriores. Este longo período iniciado no ano de 1582 na Academia de João Calvino de Genebra continuou até 1586, com uma pausa para estudos adicionais em Basileia (1582-1583). O destaque da sua educação teológica o capacitou a estudar com o renomado estudioso Theodore Beza (1519-1605).
Beza se tornou o sucessor de João Calvino em Genebra, especialmente no seu papel como professor de teologia líder na famosa academia (agora Universidade de Genebra). Durante os estudos de Armínio em Genebra, Beza (então com 62 anos) já era muito respeitado entre os crentes calvinistas / reformados em toda a Europa. Beza era um Calvinista ferrenho e tomou a posição mais radical sobre a doutrina da predestinação irresistível. Estas ideias provaram ser muito importantes mais tarde, no desenvolvimento teológico de Armínio e nos eventos subsequentes no calvinismo e protestantismo em todo o mundo.
 
Após uma breve visita de estudo à Itália em 1587 (incluindo a Universidade de Pádua), Armínio voltou para Amsterdão, na Holanda para iniciar a sua carreira ao longo da vida como um pastor / erudito. Depois de sua ordenação como pastor da influente “Igreja Velha” (o centro da vida da Igreja Reformada em Amesterdão), Armínio serviria aquela congregação com grande fidelidade e distinção até 1603. Em 1590 casou-se com Lijsbet Reael, uma filha proeminente da aristocracia de Amsterdão, garantindo assim a estabilidade financeira e o contínuo apoio dos comerciantes e líderes mais influentes da cidade.
Em 1603 foi nomeado professor de teologia em sua “alma mater”, a Universidade de Leiden. Esta foi a nomeação mais importante de sua carreira, que só findaria com a sua morte prematura em 1609. Estes seis últimos anos de sua carreira incluem sua eleição como reitor da universidade (presidente), os trabalhos em curso como pastor, e a publicação de sua madura obra teológica, “Declaração de Sentimentos”.[3]
Os acontecimentos mais memoráveis da sua carreira docente foram as “controvérsias teológicas” (formalmente chamadas de “disputas”) com seu colega e professor de teologia, Francisco Gomaras (1563-1641). Estes controversos, mesmo amargos debates, forneceram a definição das contribuições mais duradouras para o posterior avanço do arminianismo na Europa, América do Norte e Mundo Protestante.
Antecedentes Históricos
Enquanto o ponto de vista de Armínio causava uma divisão na tradição Reformada ou Calvinista, ele sempre alegou (e com razão) ser um calvinista em sua teologia básica. As maiores diferenças, entretanto, centravam-se em sua interpretação controversa da predestinação e suas implicações para outras doutrinas intimamente relacionadas. É interessante notar que todos os anteriores e grandes reformadores protestantes da Reforma Protestante na Europa no século XVI, haviam adoptado as ideias de Agostinho de Hipona (Fim do quarto, início do século V dC) da irresistível “dupla predestinação” [4]. Lutero, Zuínglio, Calvino, Bucer e Ballinger, todos entendiam que todo ser humano era predestinado para a danação eterna ou para a salvação pela irresistível e inescrutável sabedoria de Deus. Além disso, não havia nada que qualquer pessoa pudesse fazer sobre isso (Excepto clamar que estavam dispostas a serem salvas ou condenadas, tudo para a glória de Deus).
Quase a única excepção a esse consenso antes de Armínio foi o suplente e sucessor de Lutero Filipe Melâncton (1497-1560). Mas, enquanto a dissidência de Melâncton criou uma controvérsia relativamente pequena entre os Luteranos, as ideias de Armínio criaram uma grande comoção que mudaria para sempre as direções teológicas do protestantismo mais tarde, especialmente na Grã-Bretanha e na América do Norte.
Armínio e os Arminianos Remonstrantes
Os principais temas teológicos de Armínio tiveram implicações importantes para a doutrina e a experiência da salvação. [5] Como já mencionado, a chave da controversa doutrina, que abriu o caminho para o que hoje chamamos arminianismo doutrinário foi a rejeição de Armínio à doutrina Agostiniana / Calvinista da eleição irresistível através da absoluta predestinação. Defronte dos “alto calvinistas”, Armínio ensinava que a predestinação é baseada na presciência divina da utilização que os homens fariam dos meios da graça”. [6] Intimamente relacionado com a predestinação absoluta do “alto-calvinismo”, estava a doutrina da “expiação limitada”, o conceito de que apenas os eleitos seriam irresistivelmente salvos, e que Cristo morreu apenas pelos “eleitos”.
Contra essa ideia restritiva, Armínio “afirmou que Ele [Cristo] morreu por todos, embora nem todos recebem os benefícios da Sua morte, excepto os crentes”. [7] Além disso, Armínio e seus seguidores arminianos se opunham contra a “doutrina calvinista da graça irresistível” e “ensinavam que a graça pode ser rejeitada”. [8] E, finalmente, Armínio e companhia, declararam a incerteza em relação ao ensino calvinista da perseverança, mantendo a possibilidade de que os homens podem perder a graça uma vez recebida”. [9] Em outras palavras, o “uma vez salvo, sempre salvo”, foi questionado por muitos e rejeitado mais tarde pela maioria dos arminianos.
Após a morte de Armínio em 1609, 41 de seus seguidores mais fiéis compuseram uma declaração de fé em 1610, chamada de “Remonstrance” (Forte Protesto). Assim é a partir deste título que o grupo

12/04/13

O que São as Obras da Carne e o Fruto do Espírito?



Gál 5.19-23 “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.”
Nenhum trecho da Bíblia apresenta um contraste mais nítido entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa do que Gálatas 5.16-26. Paulo não somente examina a diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em conflito entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do Espírito.
OBRAS DA CARNE.
Carne” (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17 nota). As obras da carne (5.19-21) incluem:
(1) “Prostituição” (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto inclui, também, gostar de quadros, filmes ou publicações pornográficos (cf. Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos moichéia e pornéia são traduzidos por um só em português: prostituição.
(2) “Impureza” (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios, inclusive maus pensamentos e desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).
(3) “Lascívia” (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias paixões e maus desejos a ponto de perder a vergonha e a decência (2Co 12.21).
(4) “Idolatria” (gr. eidololatria), i.e., a adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, e também a confiança numa pessoa, instituição ou objeto como se tivesse autoridade igual ou maior que Deus e sua Palavra (Cl 3.5).
(5) “Feitiçarias” (gr. pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23).
 
(6) “Inimizades” (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizade extremas.
 
(7) “Porfias” (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1Co 1.11; 3.3).
(8) “Emulações” (gr. zelos), i.e., ressentimento, inveja amarga do sucesso dos outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).
(9) “Iras” (gr. thumos), i.e., ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras e ações violentas (Cl 3.8).
(10) “Pelejas” (gr. eritheia), i.e., ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co 12.20; Fp 1.16,17).
(11) “Dissensões” (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17).
 
(12) “Heresias” (gr. hairesis), i.e., grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja (1Co 11.19).
(13) “Invejas” (gr. fthonos), i.e., antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos.
 
(14) “Homicídios” (gr. phonos), i.e., matar o próximo por perversidade. A tradução do termo phonos na Bíblia de Almeida está embutida na tradução de methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas.
(15) “Bebedices” (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante.
 
(16) “Glutonarias” (gr. komos), i.e., diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes.
As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas: quem se diz crente em Jesus e participa dessas atividades iníquas exclui-se do reino de Deus, i.e., não terá salvação (5.21; ver 1Co 6.9 nota).
O FRUTO DO ESPÍRITO.
Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O fruto do Espírito inclui:
(1) “Caridade” (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).
(2) “Gozo” (gr. chara), i.e., a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em Cristo (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; ver Fp 1.14 nota).
(3) “Paz” (gr. eirene), i.e., a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20).
(4) “Longanimidade” (gr. makrothumia), i.e., perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).
(5) “Benignidade” (gr. chrestotes), i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3).
(6) “Bondade” (gr. agathosune), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13).
(7) “Fé” (gr. pistis), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).
(8) “Mansidão” (gr. prautes), i.e., moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf. 2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20).
(9) “Temperança” (gr. egkrateia), i.e., o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).
O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.

03/04/13

Jesus alguma vez disse claramente ser Deus?

O CONCEITO da Bíblia é claro. Não apenas é o Todo-poderoso Deus, Jeová, uma personalidade à parte de Jesus, mas Ele é sempre superior. Jesus sempre é apresentado como pessoa à parte e menor, um humilde servo de Deus. É por isso que a Bíblia diz claramente que “a cabeça do Cristo é Deus” assim como “a cabeça de todo homem é o Cristo”. (1 Coríntios 11:3) E é por isso que o próprio Jesus disse: “O Pai é maior do que eu.” — João 14:28, O fato é que Jesus não é Deus e nunca afirmou ser. - Deve-se crer na Trindade, pp.20.

Como vimos nessa citação, a STV afirma que Jesus nunca afirmou ser Deus, e se considerarmos suas obras e ensinos, devemos dizer que tal publicação está redondamente equivocada. Contudo, encontramos em algum lugar nas escrituras uma ocasião na qual Jesus afirma ser Deus? A resposta a essa pergunta é: Certamente!
Algumas afirmações são simples, mas claras. Por exemplo, Jesus afirmou ser o bom pastor (Jo.10.11), ofício que sempre foi de Jeová (Sl.23.1); Ele também afirmou ser o juiz de todos os povos (Mt.25.31s; Jo.5.27), mas esse cargo também é exclusivo de Jeová (Jl.3.12); Jesus também assumiu o título de noivo (Mt.25.1), título que pertence a Jeová (Is.62.5; Os.2.16). Jesus se auto-denominou luz do mundo (Jo.8.12), ao passo que Jeová é assim apresentado (Sl.27.1). Mas, diante dessas declarações alguém poderia objetar por dizer que isso não é evidência de que Jesus tenha dito ser Ele mesmo Deus. Contudo, convidamos os leitores a prosseguir.
Nas escrituras, Jeová sempre foi reconhecido com o Primeiro e o Último:
Quem tem estado ativo e tem feito [isso], convocando as gerações desde o começo? “Eu, Jeová, o Primeiro; e sou o mesmo com os últimos – Isaías 41.4
Assim disse Jeová, o Rei de Israel e seu Resgatador, Jeová dos exércitos: ‘Sou o primeiro e sou o último, e além de mim não há Deus – Isaías 44.6
Escuta-me, ó Jacó, e tu, Israel, meu chamado. Eu sou o Mesmo. Sou o primeiro. Além disso, sou o último – Isaías 48.12
Temos por certo que dizer que Jeová é o Primeiro e o Último, significa assumir que não existe ninguém antes Dele, nem depois Dele. Essa nomenclatura exclusiva de Jeová é assumida por Cristo no livro das Revelações:
E ao anjo da congregação em Esmirna escreve: Estas coisas diz aquele, ‘o Primeiro e o Último’, que ficou morto e passou a viver [novamente] – Revelações 2.8
‘Eis que venho depressa, e a recompensa que dou está comigo, para dar a cada um conforme a sua obra. Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim – Revelações 22.12-13
Ao assumir esse título característico de Jeová, temos por certo que Jesus está dizendo ser Ele mesmo Deus. Nos dois textos de Revelações, vemos claramente que é Jesus o autor dessas frases, pois é o mesmo que morreu e voltou a viver, Aquele que vem sem demora. Não existe qualquer chance de esses textos falarem a respeito de Jeová, afinal, Ele mesmo jamais morreu e não prometeu voltar. É interessante que em Revelações, é recorrente a idéia de que Cristo voltará, aliás, o livro inicia e termina com essa expectativa (Rev.1.7; 22.20).
Bom, talvez até aqui alguém diga: “Tudo bem. Jesus disse ter títulos de Jeová, mas nunca afirmou categoricamente ser Deus“. Na verdade, temos que considerar ainda dois textos interessantes:
E quanto às quatro criaturas viventes, cada uma delas, respectivamente, tem seis asas; ao redor e por baixo estão cheias de olhos. E elas não têm descanso, dia e noite, ao dizerem: “Santo, santo, santo é Jeová Deus, o Todo-poderoso, que era, e que é, e que vem. – Revelações 4.8
Ao olhar para esse texto vemos a tríplice adoração como em Isaías (Santo, santo, santo). Também vemos o nome de Jeová Deus, a quem as criaturas viventes dirigem sua adoração. Na seqüência vemos a designação clara da superioridade de Jeová, como Todo-Poderoso, título que ninguém jamais recebeu. Também vemos a descrição da eternidade de Jeová, que era, que é e que vem. Em Revelações aquele que vem, sempre é Jesus Cristo, afinal Jeová nunca prometeu voltar. No livro de Revelações apenas Jesus poderia receber essa descrição, mas aqui Jeová a recebe.
Das duas uma: Ou Jeová é equiparado a Cristo ou Cristo equiparado a Jeová. Seja como for, esse texto CLARAMENTE atribui as mais importantes descrições divinas de Jeová (Digno de adoração, cujo nome é Jeová, Todo-Poderoso) a Cristo. Diante disso vemos claramente o fato de que Jesus não apenas aceita tal posição como as criaturas viventes na eternidade o reconhecem com facilidade.
Entretanto, alguém poderá dizer: “Ei, mas essa expressão não foi dita por Jesus!“. Isso é verdade. É que infelizmente os que procuram esconder tudo o que já vimos até aqui, precisam ver uma ocasião em que Jesus afirmou ser Deus. Bom, para esses devo lembrá-los de apenas mais um texto:
“Se tu és filho de Deus, lança-te para baixo; pois está escrito: ‘Dará aos seus anjos encargo concernente a ti, e eles te carregarão nas mãos, para que nunca batas com o pé contra uma pedra.’” Jesus disse-lhe: “Novamente está escrito: ‘Não deves pôr Jeová, teu Deus, à prova.’ – Mateus 4.6-7
Ao tentar Jesus Cristo, Satanás ofereceu a possibilidade de Jesus Cristo se jogar de cima do pináculo do templo com a promessa de que Seus anjos o iriam segurar. Em resposta ao pedido de Satanás, Jesus disse: “Não deves por Jeová, teu Deus à prova“. Nessa simples frase, Jesus disse: Pare de me tentar, eu sou Jeová teu Deus. Simples e claro. Nesse texto não há problemas textuais, problemas de tradução: Tudo está claro e direto: JESUS AFIRMOU SER DEUS.
Diante disso, jamais poderíamos dizer, como disse o autor no início desse post, que Jesus jamais afirmou ser Deus, nem que a Bïblia não o diz, afinal vimos que Jesus afirmou ser Deus em suas obras, ensinos, títulos e claramente na cena da tentação. Por isso, devemos assumir que diante do TODO das escrituras: Jesus, além de ser chamado claramente de Deus, também confirma isso.

Foi Jesus Acusado por se Apresentar como Deus?

“Os judeus responderam-lhe: “Nós te apedrejamos, não por uma obra excelente, mas por blasfêmia, sim, porque tu, embora sejas um homem, te fazes um deus”. João 10:33 (Tradução do Novo Mundo)
Este é um dos versículos talvez menos citados numa conversa com uma Testemunha de Jeová, visto que o principal seja Jo.1.1, em que o Verbo é declarado Deus. Mas este versículo revela algo que deveria ser óbvio: os judeus procuraram matar Jesus porque este havia se feito Deus (ou igual a Deus).

Todas as versões bíblicas respeitáveis que eu tenho em mãos (Bíblia de Jerusalém, LEB, TEB, TLH, Vulgata e outras) dizem que Jesus se igualou a Deus, não que alegou ser um deus (como outros deuses falsos). Vamos analisar o versículo.
Nas versões respeitáveis fica claro que Jesus estava afirmando ser Deus, não um deus qualquer. A TNM, na tentativa de ocultar este fato, incluiu o “um” na frente do “deus”. É óbvio que em grego não havia maiúsculos ou minúsculos para podermos diferenciar o Deus verdadeiro de um deus falso, mas não há este “um” na frente. Tentaram com isso fazer o mesmo que haviam feito em Jo.1.1 (que não tem nenhum “um” na frente de Deus). Mas a “comissão” não parou por aí. Além de incluírem “um”, na tradução em português colocaram deus minúsculo, para desviar a atenção dos incautos que Jesus é Deus. Os judeus esperavam que o Messias fosse o Filho de Deus (não um Filho de Deus) e sabiam que Ele teria a divindade. Quando acusaram Jesus de clamar ser igual a Deus, sabiam que era igual a Deus Jeová, não um deus falso. Jesus afirmou unicidade com o Pai (Jo.14.8-11) mas as Testemunhas alteraram todas as vezes que se falava “em mim” em “união comigo”.
Outro versículo em que Jesus mostra bem claro sua igualdade com Deus é em Jo. 5.18:
“Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.
Notem que neste versículo as TJ não alteraram nada em sua tradução (não colocaram “igual a um deus”) mas deixaram como está. Lembremos que os judeus entendiam as Escrituras melhor que as Testemunhas de Jeová e entenderam que Jesus estava dizendo ser igual a Deus (não um deus). A palavra para “igual” aqui, em grego, é “ison”, que tem o sentido de “igualdade em qualidade e quantidade”. Jesus explica qualquer mal entendido em Jo.5.19-47 para mostrar que Ele tinha os mesmos atributos com o Pai (era igual em essência, não em pessoa). Os judeus não tinham gostado de Jesus ter “quebrado o sábado” e agora não tinham gostado mesmo Dele ter chamado a Deus de “seu Pai”. Eles sabiam que não tinha dito isto no mesmo sentido que eles chamavam a Deus de Pai mas que tinha dito que Deus era só o Pai “Dele” e ainda por dizer “ser igual a Deus”.
Portanto, estes dois versículos são a maior prova da deidade do Pai e do Filho e que as Testemunhas enganosamente alteraram o versículo de Jo.10.33 para ensinar outra coisa.
“O significado correto de isos em Jo. 5:18, ‘fazendo-se igual a Deus’ é claramente definido pela cláusula anterior, onde seus oponentes dizem que Ele tem a ‘Deus por seu Pai’ (em grego, idion patera, i.e. Seu Pai num sentido mais exclusivo; compare com idiou huiou de Rm. 8:32, aplicando o mesmo adjetivo para o Filho em Sua relação com o Pai, i.e. Seu Filho em um sentido que ninguém mais pode dizer que tem o mesmo título). Eles corretamente interpretaram a linguagem de Jesus como uma declaração de que Ele era o Filho de Deus de um modo que o colocava em igualde com Deus. A acusação contra Ele não foi por Ele ter dito que era ‘como’ (homoios), mas que Ele era ‘igual’ (isos), i.e., do mesmo grau e autoridade” (Enciclopédia Internacional Padrão da Bíblia, 1996)
Tudo prova na Bíblia que Jesus era Deus (compartilhava com o Pai a divindade) e não era “um deus” ou “agente de Jeová” como as Testemunhas alegam pois Jesus disse e fez coisas que somente a divindade podia fazer (Jo.5.1-19).